quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Gleisi Hoffmann e Lula: parceiros rumo ao abismo

Com a reeleição neste domingo da deputada Gleisi Hoffmann para seguir na presidência do PT não se pode dizer que o partido de Lula jamais traga boas notícias. A continuidade de Gleisi no cargo reafirma que o dono do partido é o condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, que poucos dias atrás ainda estava no xilindró por causa de um dos processos que responde por corrupção. Lula mantém os petistas presos a uma pauta destrutiva, que no exclusivo interesse do chefão petista inclusive obrigou os companheiros a se alinharem com os maiores salafrários da política brasileira, no esquema armado para manter a impunidade de criminosos de colarinho branco, obrigando seu partido a se comprometer totalmente com o ataque cerrado à prisão em segunda instância.

Como na atualidade a prisão em segunda instância simboliza para a maioria dos brasileiros o rigor com o crime, petistas e seus puxadinhos terão que explicar-se porque defendem a impunidade de criminosos, incluindo chefes de quadrilhas, assassinos cruéis e bandidos violentos. Serão devidamente questionados nas eleições municipais do ano que vem e também na que elegerá o próximo presidente. Na eleição do ano que vem, quando esquerdistas vierem com leros sobre saneamento básico, transporte público ou qualquer outra questão importante das cidades brasileiras, terão de tratar também da insegurança que aflige a população, quando serão cobrados por esta absurda articulação em defesa da impunidade e proteção aos criminosos.

Em grande parte, o discurso radical de Lula em público faz parte da estratégia para manter seu poder absoluto sobre o partido. Em um PT com uma posição mais pragmática dificilmente ele se manteria como um chefe cujas ordens não admitem qualquer réplica. Com uma postura menos fechada em um discurso de confronto, além de ampliar suas articulações externas o partido se democratizaria internamente. Lula não conseguiria manter o mito de líder que magnetiza o eleitorado brasileiro, uma conversa fiada que já foi desmascarada na última eleição, quando o candidato petista não conseguiu conquistar aliados no segundo turno nem para derrotar um candidato com a carga violenta de rejeição de Jair Bolsonaro. Mesmo se Lula tivesse a magia da qual ele faz tanta propaganda, o atrelamento petista ao seu discurso faz do PT um partido destinado a ser fatalmente derrotado em um segundo turno.

Gleisi Hoffmann será mantida no cargo de presidente para manter o PT nesta linha definida por Lula, o que é uma ótima notícia. Ligado de forma tão intransigente ao interesse do condenado por corrupção, o maior partido da esquerda brasileira terá dificuldade de ampliar suas articulações junto à sociedade civil, criando empecilhos até na sua ligação histórica com movimentos sociais, sindicatos e junto às universidades e ao meio cultural.

Com sua personalidade arrogante e a tremenda capacidade de estimular a discórdia e a desinteligência, a deputada Gleisi fortalecerá com certeza este desligamento do PT dos brasileiros que fazem oposição ao governo Bolsonaro não por motivações meramente partidárias, mas pelo respeito humano, pela dignidade e competência na administração pública.

Usando um termo que Bolsonaro gosta muito, Gleisi e Lula são um casamento perfeito para transformar a esquerda em minoria neste país, o que vai fazer bem ao Brasil, amenizando o papel do PT como estigmatizador de questões universais que este partido nefasto pegou para si e de forma ofensiva estimula a rejeição da população sobre assuntos essenciais para fazer o Brasil andar pra frente. Só com o PT diminuído é que será possível pensar com equilíbrio em rumos melhores para a vida brasileira. Ainda bem que podemos contar com Gleisi Hoffmann para empurrar ainda mais para o abismo este partido nefasto.
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POR José Pires

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