Foi mesmo uma sensação muito boa o surgimento de tanta rejeição à fala do deputado filho do presidente Jair Bolsonaro, com sua estúpida alusão à volta do AI-5. A reação de tanta gente em defesa da democracia até levou o ministro Luis Eduardo Barroso a demonstrar sua satisfação, em uma declaração com a qual concordo plenamente: “Me chamou a atenção a reação da sociedade. Foi muito contundente, a ponto de o parlamentar voltar atrás”, ele disse.
Outra reação que vem acontecendo nos últimos dias é sobre a tentativa da esquerda — aliada aos piores representantes da parte podríssima da política brasileira e também juntando-se aos chefes do narcotráfico — de acabar com a prisão em segunda instância. É tanta gente defendendo a manutenção dessa prisão que ficou mais fácil apontar os apoiadores da impunidade, da corrupção e da facilitação também de outros crimes, desde que o condenado tenha dinheiro suficiente para alongar indefinidamente o andamento de processos. E grana, como todos sabem, não falta aos chefões do narcotráfico nem o das milícias paramilitares e muito menos para políticos corruptos.
Os defensores do amaciamento para criminosos de colarinho branco e de outras bandalheiras dão bem mais que a conta dos nove dedos do mais famoso chefão criminoso brasileiro, porém estão em minoria no conjunto da sociedade, sendo absolutamente ausentes entre a população que sofre com a violência e a crueldade que domina hoje em dia a vida brasileira, impondo em nossas cidade até um toque de recolher oficioso. O povo quer ver o crime contido, com culpados na cadeia, seja o criminoso comum ou o especializado em roubar os cofres públicos.
Apenas uma minoria quer passar a mão na cabeça de criminosos e dar mais lucro para milionárias bancas de advocacia, com especial carinho com seus bandidos de estimação. O favorecimento dos que podem ficar acima da lei não alcança facilmente maioria nem no STF, que terá de decidir se o país mantém o rigor da lei ou retrocede mandando de volta os processos dos mais ricos ao andar vagaroso que raramente chega a algum lugar. O Brasil não quer voltar atrás no rigor da condenação. Ainda que muito fortes, endinheirados e bem articulados, são uma minoria os que cuidam mais das facilidades para os maiorais do crime do que da defesa de suas vítimas.
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POR José Pires
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Imagem- Foto de Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil
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