quarta-feira, 24 de junho de 2015

A vendedora de ilusões

Com o próprio PT atacando o governo Dilma, agora ficou muito claro que a candidata do Lula vendeu ilusões na campanha passada e obviamente não tem como entregar. Daí os ajustes que vem fazendo, que seriam exigidos de qualquer candidato vitorioso. O fato dela estar fazendo essas correções com um método que seu partido sempre atacou nos adversários tucanos já é problema unicamente do PT, um partido que já completou 35 anos e não tinha nenhuma proposta real para atacar esta crise e nenhuma outra. Pra fazer o serviço exigido tiveram que colocar no ministério da Fazenda um economista que até então servia a um dos maiores bancos do país, cujo chefe banqueiro, aliás, recusou o convite de Dilma para ser ministro.
O partido do "Brahma" caiu abaixo do volume morto sem ter apresentado na prática absolutamente nada de novo na política brasileira. Ficou tudo na conversa, leros petistas que em sua maioria serviam apenas para o jogo sujo eleitoral. É um partido que será lembrado em nossa história exclusivamente pela corrupção, na qual aplicou inclusive uma impressionante sistematização, embora igualmente nisso tenham falhado de forma espetacular. É de dar vergonha alheia. Como diz o povão, pior do que um partido roubar é não saber carregar. O PT não se salva nem pelo "rouba, mas faz". Nada fizeram.
Mas voltemos às ilusões vendidas na campanha pela presidente Dilma Rousseff. Ora, para que ela tivesse sucesso era preciso que aquele engodo fosse aceito por milhões de brasileiros. E muitos aceitaram a farsa, mesmo sabendo do perigo de dar continuidade a um ciclo de governos petistas comprovadamente incompetentes e gatunos. Não estou falando do eleitorado com menos acesso à informação e pouca possibilidade de compreensão dos alertas que muita gente gritava durante a campanha. Dilma só conseguiu se eleger porque empresários, sindicatos, intelectuais, jornalistas, o meio universitário e tantas outras pessoas capacitadas fizeram um trabalho lamentável de desmonte do discurso da oposição e fortaleceram o engodo da campanha petista, mesmo sabendo que aquelas promessas vazias não podiam ser sustentadas nem pela aritmética mais simples.
Não estou propondo nenhuma caças às bruxas e nem quero que o país se perca numa autocrítica coletiva que faria mais estragos entre os que não meteram a mão nos cofres públicos do que aos patifes que arruinaram o Brasil. No entanto, para o muito que é preciso fazer para o país se levantar, viria bem que os brasileiros dessem uma atenção aos defeitos do caráter nacional que criaram as condições para que o nosso país fosse dominado pelo que já houve de pior desde a redemocratização. Achar que a culpa é exclusivamente de Dilma Roussef e de seu partido servirá apenas para que tudo se mantenha na velha condução política que vem fazendo do nosso país um objeto que ao longo do tempo só muda os bandidos da vez.
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POR José Pires

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