quarta-feira, 1 de julho de 2009

O que será do nosso futuro?

Esta foi uma semana triste. Pois não é que o homem que Lula arrumou para cuidar do nosso futuro acabou nos deixando? Mangabeira Unger saiu do governo. O grande pensador justificou a retirada rápida dizendo que teria que voltar para Harvard, sob pena até de perder o cargo por lá, o que faz a gente pensar que o nosso ex-ministro e futurólogo é um daqueles ferreiros que usam espeto de pau.

Ora, pois pelo visto o homem escalado para estruturar o futuro da Nação não tinha sequer um planejamento da própria situação pessoal. Então teve que sair correndo, pois o prazo de sua licença se extinguia? Hmmm... quem não conhece a falta de humor do ex-ministro até pode pensar que foi uma piada.

Mangabeira sequer teve tempo para apagar as velinhas do bolo do aniversário de seu ministério, que completa dois anos neste mês de junho e que começou como Secretaria de Assuntos de Longo Prazo, nome que permitia a saborosa sigla Sealopra.

Logo depois dos aloprados de Lula serem flagrados com uma fortuna nas mãos para comprar um dossiê falso, isso não pegava bem. O Sealopra não durou dois meses, logo mudando o nome para Núcleo de Assuntos Estratégicos.

Um núcleo de um homem só, sem estrutura e também pouca verba. Mas um homem como Mangabeira ocupava todos os espaços. Era uma equipe inteira no mesmo deselegante paletó preto.

Agora só resta saber quem vai tocar o nosso futuro. É uma tarefa das mais grandiosas e de alta responsabilidade desentocar das gavetas do Sealopra, ou melhor, do Núcleo de Assuntos Estratégicos, as criações de Mangabeira Unger. O homem foi de muita serventia para Lula. Foram dois anos de muita atividade. Entre outras coisas, ele teve uma colaboração muito especial em um projeto antigo de Lula, o de tirar a ministra Marina Silva do governo.

Vai ser difícil substituir um homem desses. Mas isso tem que ser pra já. O aqueduto que ele projetou para levar água da Amazônia até o Nordeste, por exemplo, está esperando alguém para botar os primeiros tijolos.
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POR José Pires

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