quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dilma e seu ministério porreta

Depois de se desvencilhar do amoroso ministro Carlos Lupi, a presidente Dilma Roussef já tem problema novo com mais um de seus ministros porretas. Agora é Fernando Pimentel, da Indústria e Comércio Exterior, que está por aí tentando explicar o que todo mundo já entendeu muito bem.

Pimentel anda tendo que dar explicações sobre seus ganhos como consultor. O ministro faturou com seus conselhos empresariais no período entre sua saída da prefeitura de Belo Horizonte, em maio de 2009, até ser nomeado por Dilma.

Este período imediatamente anterior à posse de Dilma parece ter sido uma época boa para petista ganhar dinheiro. Pimentel faturou R$ 2 milhões em cerca de um ano. Foi nesses meses também que aquele outro consultor petista, o ministro Antonio Palocci, comprou o apartamentaço de R$ 6,6 milhões em São Paulo.

Como tem consultor no PT, não é mesmo? Dá a impressão até de que não era em ditadura do proletariado que essa gente pensava quando estava por aí dizendo que iam construir o socialismo. É ditadura de consultores.

Mas, voltando às explicações do ministro porreta, Pimentel anda batendo de frente com um de seus clientes numa contradição muita esquisita. Ele andou declarando à imprensa que recebeu por seus serviços como consultor a quantia de R$ 130 mil da empresa ETA Bebidas do Nordeste. A ETA produz um refresco, o guaraná Guaraeta, na região metropolitana de Recife.

Gostei do slogan da empresa, uma frase muito simples que, como já comecei a fazer, bem que poderia definir este ministério da Dilma: "Guaraeta, naturalmente porreta!", com exclamação e tudo. Muito bacana, não é mesmo? Ora, um ministério com tanta treta merece ser chamado de porreta.

O problema é que o ministro afirma que recebeu os R$ 130 mil da empresa, mas os jornalistas que foram atrás do assunto só encontraram negativas das pessoas responsáveis pela ETA.

Um sócio da época em que o ministro diz ter recebido o pagamento afirmou para o jornal O Globo que “tem algo muito estranho” nesse negócio. Roberto Ribeiro, que participou da empresa até 2010, disse o seguinte: “É valor muito alto para o trabalho que a gente tinha. Tem alguma escusa, tentaram esconder alguma coisa”.

Pimentel afirma que foi contratado para "elaborar um estudo de mercado” para a empresa pernambucana. Segundo o valor que o ministro porreta apresenta, até que teria recebido muito bem. Foi tão bem pago que excede até a capacidade financeira da ETA. Os conselhos do ministro porreta também não devem ter sido muito bons. Os negócios foram minguando, até que a empresa foi vendida no início deste ano.

Pimentel elaborou seu “estudo de mercado” que foi um fiasco e teria botado R$ 130 mil no bolso, mas os valores supostamente recebidos não batem com a capacidade financeira da ETA. Louve-se o ministro por não ter mexido no slogan porreta da empresa, mas o fato é que as ações de publicidade da empresa eram bem modestas.

Ribeiro, o ex-sócio que achou muito estranho esse pagamento tão caro, até revelou para a imprensa como eram os planos de mídia e a criação de publicidade da empresa na época em que Pimentel diz ter sido tão bem pago. “O que a gente fazia de vez em quando era contrato de R$ 10 mil, R$ 15 mil para meninas fazerem propaganda em jogo do Sport com o Santa Cruz. A gente não tinha condições de fazer nada muito diferente disso”, ele disse.

A lorota do ministro faz a gente até ter a curiosidade em saber se na elaboração de seu “estudo de mercado” para a Guaraeta ele se meteu a dar palpites de consultor nos shorts das meninas que faziam a propaganda da marca nos jogos entre Sport e Santa Cruz. Pode estar aí a explicação da derrocada do guaraná porreta.
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POR José Pires

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