terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A síndrome da inveja da Veja

Caíram sete ministros do governo do PT. O único que não pediu demissão por corrupção foi o ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, que saiu depois de dizer que no governo petista estava cercado de idiotas. Num lapso de esperteza, Dilma sacou que era também com ela e pediu que Jobim saísse.

Seis ministros caíram por corrupção. Desses, pelo menos quatro caíram em razão de fatos descobertos pela redação da revista Veja. Ora, mesmo que um jornalista seja petista, se este jornalista tiver bom senso e capacidade de analisar de forma técnica a atuação da Veja, não é possível que ele não sinta até admiração pela qualidade de uma redação como esta.

No caso inverso, de um jornalista que tem muitas reservas políticas quanto ao que a esquerda governista vem fazendo em política, não é possível sentir nenhum respeito em relação à qualidade dos produtos que esse pessoal coloca no mercado. Nem no aspecto técnico é possível sentir admiração pelo que a esquerda vem fazendo. As publicações são sem sabor, dogmáticas e parecem obedecer a um comando único, inclusive na linguagem. É uma questão de conteúdo, sempre tosco e trabalhado sem criatividade e sem habilidade de texto e edição.

A blogosfera petista, seus sites e revistas, todos são de péssima qualidade eparecem ter sido produzidos em bloco. E o engraçado é que até os leitores seguem as mesmas regras tolas em seus comentários. Todos falam a mesma coisa e aquele que traz algo diferente ao debate é repelido em bloco e de imediato. Recebo muita coisa em meu endereço eletrônico e procuro estar sempre atento ao que fazem. São veículos em que todos falam a mesma coisa e de forma chata, sem qualidade jornalística e nenhuma criatividade. Note-se que não estou falando do conteúdo político, que a meu ver é desprezível na maioria dos casos.

Os jornalistas de esquerda têm uma síndrome grave que pode ser chamada de “inveja da Veja” (o diagnóstico e seu nome são meus).

O que jornalistas de esquerda têm feito em relação a Veja é atacar a revista sem olhar para as próprias debilidades da mídia de esquerda, que apesar de hoje ter polpudas verbas do governo não consegue produzir material de qualidade. Esta deficiência pode ser vista em todos os blogs e sites governistas, muitos deles feitos por pessoas com altos benefícios e ganhos financeiros. Apenas para exemplificar, basta ver um site como o Carta Maior ou os blogs de Luís Nassif ou do Paulo Henrique Amorim, produtos em que a má qualidade chega a ser cômica.

Neste ponto, quem tem razão é Bernardo Kucisnki, um jornalista do PT e que foi bem próximo de Lula no primeiro mandato. Kucinski foi inclusive assalariado de Lula, em seu Instituto da Cidadania, mas não é cego para os graves desfeitos da esquerda em comunicação. Kucinski afirma que “a burguesia faz com competência aquilo que nós [a esquerda] não sabemos fazer”.
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POR José Pires

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