É lamentável ver neste escândalo da “Máfia dos fiscais” da prefeitura de São Paulo a movimentação na internet do esquema de sempre para tentar livrar de responsabilidade o prefeito petista Fernando Haddad. A rede criada na defesa dos interesses do PT é forte e azeitada inclusive com dinheiro público, por meio de privilégios e anúncios de estatais ou até diretamente com publicidade oficial.
A tentativa marota de livrar Haddad colocando a culpa no ex-prefeito Gilberto Kassab nada tem a ver com procura de respostas honestas para o grave problema da corrupção que destrói a administração pública em todo o país. Quando desvia o assunto a militância petista evita também o aprofundamento necessário do debate.
As próprias personalidades (Haddad e Kassab) que estão no centro do escândalo de corrupção fazem cair no ridículo quem tenta desviar de alvo. O atual prefeito e o ex tem em comum nas suas carreiras políticas uma figura notória da corrupção no Brasil, o deputado Paulo Maluf, de cujo sobrenome apareceu inclusive o verbo “malufar”, cujo significado todo mundo conhece.
Kassab começou sua carreira como secretário de Maluf e Haddad teve seu batismo político mais importante feito na mansão de Maluf, com a presença da alta cúpula do PT e também do padrinho de sua candidatura a prefeito, o ex-presidente Lula. Ora, essas ligações demonstram que o sistema que domina a máquina pública é composto de forças muito mais determinantes que os partidos. E no caso de Haddad houve até uma declaração pública e de alto teor símbólico sobre a continuidade do sistema. A menos, é claro, que o Maluf do Haddad seja diferente do Maluf do Kassab.
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Por José Pires
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Imagem - Lula e seu pupilo beijam a mão de Paulo Maluf nos jardins de sua mansão: a luta continua, companheiro.
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