Jair Bolsonaro já está reclamando de Frederick Wassef, por causa das entrevistas do dono da casa em Atibaia onde se homiziou Fabrício Queiroz, a peça-chave da investigação de rachadinhas no gabinete político de seu filho senador. A Folha de S. Paulo é que deu a notícia sobre o desconforto do presidente, que segundo interlocutores, está “de saco cheio” de tanta falação do seu advogado.
Bolsonaro devia mesmo manter-se no baixo clero da Câmara, onde poderia ter dado continuidade ao seu projeto de se dar bem, ele e toda a família, usando a política para aumentar seu patrimônio. Muitos fazem isso por décadas, como algo garantido pelo baixo espírito de corpo da classe política e a extrema, digamos, tolerância da sociedade civil.
É no baixo clero que toda a família Bolsonaro deveria ter ficado, porque um péssimo dirigente como o chefe do clã poderia mesmo botar tudo a perder num cargo de maior relevância. É o que tem feito Bolsonaro, em tudo que tem que administrar, desde que assumiu a Presidência da República. O ex-capitão não é capacitado para formar uma equipe, qualidade essencial em vôos mais altos da política.
Veja-se o rastro de complicações políticas e pessoais que deixou atrás de si, na demolição do próprio projeto político que poderia ter-lhe dado sustentação, com as desavenças com Gustavo Bebbiano, Joice Hassellmann, Luciano Bivar, Delegado Valdir, Major Olímpio, além de Sergio Moro, entre nomes que apenas exemplificam sua inépcia, sem nenhum juízo de valor da minha parte sobre as qualidades de cada um.
A formação de uma equipe tem a ver com o objetivo que se pretende alcançar, concentrando evidentemente no dirigente político a responsabilidade pelos resultados. Mas, como é que um sujeito sem noção como Bolsonaro poderia compreender que quando sai por aí falando mal das pessoas que dispensou está na prática falando mal de si próprio?
Temos um presidente da República que não sabe nem contratar advogado. Como é uma relação de confiança mútua, este é o tipo de serviço em que o contratado acaba sabendo de muita coisa. Numa escolha errada vão se acumulando dívidas difíceis de saldar, muito além do acerto financeiro dos honorários.
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POR José Pires
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