quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O iluminado

Se tivéssemos oposição, logo alguém diria para Lula que aquela sala na verdade não é dele. Aquilo não é um escritório particular. A sala, como todo o Palácio do Planalto, é um espaço público. Se a oposição não fosse tucana, aliás, ele já teria sido posto fora dela pelo que andou fazendo por lá, como se o local fosse sua casa.

Com a lei em vigor ele teria sim, que deixar a cigarrilha para ser fumada em casa. Isso se a dona Marisa consentir.

Agora, pelo menos na análise do problema do fumante, ninguém pode acusar Lula de não raciocinar com lógica. “Só fuma quem é viciado”, foi o que ele disse. Nessas horas é que a gente entende a Marilena Chauí quando ela diz que “quando o Lula fala a sala se ilumina”. E ela não falava da chama do isqueiro do Lula acendendo a cigarrilha. Era sobre a iluminação pessoal do cabra.

Lula não é só intuição. Naquele corpinho roliço habita também a lógica. Não é a pura verdade o que ele falou? Nisso temos que apoiar o petista: se a pessoa não é viciada, realmente não tem porque fumar.
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POR José Pires

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