terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Veja errou

Falando em erro, a revista Veja fez uma matéria com o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso sobre seu divórcio com a deputada Maria Lúcia Cardoso e cometeu uma falta com o político mineiro.

O divórcio de Newtão, como é chamado, é um barraco: ele é acusado pela ex-mulher de tê-la agredido com “unhadas, puxões de cabelo e bofetões”, mas não é disso que falamos. Em 2006, o ex-governador declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio de 12,7 milhões de reais. Veja afirmou que é bem mais: 150 milhões de reais. Sua mulher aumentou a suspeita: disse que, na verdade, a fortuna do marido chega a 2,5 bilhões de reais.

Newtão ficou muito bravo. Convocou uma entrevista coletiva e disse que a revista e a mulher erraram feio. Ele gritou, chorou e deu socos na mesa. E esclareceu o assunto.

A revista disse que ele possuiria 25 carros. São 150, corrigiu. Veja disse também que ele é dono de setenta fazendas. Aí ele ficou fulo. Vai lá, em sua voz peculiar: “Não tenho só essa merda de setenta fazendas. São 145, sendo que em uma delas foram encontrados dois poços de petróleo”.

E fez relato de suas posses: não tem um, mas dois apartamentos nos Estados Unidos; tem apartamento e um hotel em Paris e uma casa em Roma; na Bahia tem uma praia e no Rio uma ilha.

Newton Cardoso começou pobre na política e hoje é bilionário. Sua fortuna pode chegar a 3 bilhões. Mas que surpresa é essa? Nosso presidente da República também começou pobre na política, metalúrgico morando em casa popular, e hoje é milionário. Mas fiquemos no Newtão.

Para ele, os jornalistas de Veja são “jumentos” e “imbecis”. Vejam mais, na sua própria fala: "A revista diz que descobriu R$ 150 milhões, mas só no Banco do Brasil tenho R$ 200 milhões aplicados. Como é que eu posso ter essa merda de dinheiro só?"

Com se vê, o ex-governador sabe muito bem o dinheiro que tem. A imprensa que se corrija. Aliás, mesmo porque talvez mais do que a própria fortuna Newton Cardoso conhece muito bem o Brasil. Num país como o nosso, ainda é capaz da Veja ser condenada porque errou pra menos a fortuna de um político endinheirado.
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POR José Pires

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