segunda-feira, 6 de julho de 2009

Casa do espanto

O Congresso Nacional é mesmo um espanto. Ali se fala muito em esqueletos saindo do armário, funcionários fantasmas e outras coisas que parecem do outro mundo, mas que infelizmente são bem reais.

Tem também as figuras da Casa, notórias ou não, que trazem sempre à lembrança os filmes de Boris Karloff, Cristopher Lee. Ali temos também famílias que nada ficam a dever a Família Adamms, ou melhor, são até mais aperfeiçoadas pois até hoje não existe sequer suspeitas de que os Adamms tenham feito horrores com o dinheiro publico e as famílias do nosso Congresso são bem horripilantes neste aspecto.

De tão lúgubre, o clima chega a afetar a linguagem dos parlamentares. Me lembro, por exemplo, que o finado (epa!) senador Antonio Carlos Magalhães só se referia ao atual presidente da Câmara, Michel Temer, como “mordomo de filme de terror”. Bem, como Temer nunca saiu do Congresso, o filme de terror deve ser ali.

Mas o que já era incrível está mesmo tomando ares de ficção. Agora no Senado descobriram até morto fazendo parte de comissões. Foi na comissão interna formada por um senador e dez servidores. O grupo foi criado ha anos para gerir as contas bancarias paralelas descobertas recentemente pela imprensa.

As contas tem um saldo de R$ 160 milhões e nem o presidente do Senado, José Sarney sabia delas. Bem, mas ai não tem nada de especial. O senador maranhense eleito pelo Amapá é um distraído que esquece até que tem uma mansão de R$ 4 milhões em Brasília. Nem dos próprios netos empregados na Casa ele se recorda.

Mas, como eu dizia, a imprensa acabou descobrindo até uma pessoa da comissão que morreu em 2005. Não deixa de ser uma novidade política de arrepiar. Temos aí um funcionário fantasma no sentido literal.
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POR José Pires

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