Quando o PT falou recentemente em estabelecer uma cota de 30% de mulheres no ministério de Dilma Rousseff eu pensei imediatamente que as mulheres brasileiras deveriam sair em manifestações de rua pelo país. Protestando contra uma idéia tão arriscada, é claro. Desde que começou a ocupar administrações importantes pelo país afora, o PT tem desmoralizado o direito da mulher de ocupar o mercado de trabalho e postos de direção.
O problema vem de muito antes de Lula virar presidente e começou em câmaras de vereadores e prefeituras. A desmoralização já começa quando o partido adota de forma eleitoreira a falsa premissa de que a diferença sexual faria da mulher uma dirigente pública especial.
Essa diferenciação mentirosa acaba criando expectativas falsas em relação à mulher na política, que vai ter à sua frente as mesmas precariedades ou qualidades que um homem teria, além de ter de enfrentar no Estado a mesma situação de desestruturação e corrupção. É dificíl entender como alguém pode acreditar que o fato de ser mulher pode trazer algo diferente neste enfrentamento, mas o fato é que em certos casos a lorota até rende alguns votos. É um tipo de bobagem que acomete também certos militantes negros e também militantes homossexuais — mas a verdade é que somos todos iguais inclusive nos defeitos.
Esta questão já foi discutida demais para que tenhamos que agüentar tanta tolice e demagogia. Mas na política brasileira estas divisões artificiais ainda são bastante usadas, mesmo que historicamente a ocupação de cargos dirigentes por mulheres já venha comprovando que na prática não existe nenhuma diferença.
Quando o PT prega de forma eleitoreira qualidades especiais no sexo feminino para a ocupação de cargos na administração pública, o partido já causa um grande estrago conceitual e simbólico. Mas a coisa piora quando suas militantes de fato ocupam cargos destacados. O estrago aumenta, pois na maioria dos casos comprovadamente temos visto ineficiência ou a corrupção. Quando não aparecem as duas coisas juntas.
Mas o PT teima em usar o recurso até como marketing, como ocorreu este ano em várias eleições e pricimpalmente na campanha de Dilma. Com Dilma até tiveram que forçar um pouco na caracterização feminina, pois parece que ela tem defeitos parecidos com os piores estereótipos masculinos. Tiveram que vir com esse papo de mulher na política para encobrir sua notória personalidade agressiva na relação com colegas, principalmente os subordinados.
Mas para a sorte de quem acredita de verdade na igualdade entre os sexos, as mulheres que o PT tem colocado em vários governos tem desmoralizado estas questões de gênero. É mais um daqueles serviços que os petistas prestam de forma involuntária à democracia. Mas é preciso tomar muito cuidado, pois olhando o que as mulheres deste partido fizeram no poder só nestes oito anos de Lula, pode-se até chegar numa conclusão que também não é verdadeira: de que as mulheres não servem para a política ou que é até pior do que os homens no exercício do poder.
Nem uma coisa, nem outra. Somos mesmo iguais até na sedução da corrupção ou do desmando. É uma igualdade tão clara que, no PT, o mesmo descuido ético que o partido tem com sua ala masculina foi aplicado com igualdade para suas militantes. E deu no que deu. Com isso que podemos chamar de igualdade pelo avesso, o estrago para a imagem das mulheres na política pode estar sendo maior que qualquer benefício.
Da então senadora Benedita da Silva, encalacrada lá no início do primeiro mandato de Lula em gastos indevidos que forçaram sua saída do governo, à atual senadora Serys Slhessarenko, que tem uma assessora que já tirou dos cofres públicos também de forma indevida quase cinco milhões de reais, é uma lista muito grande de militantes petistas que trouxeram resultados negativos à condição feminina, apesar de muitas delas terem alcançado projeção calcadas na valorização da mulher na política. Com sua má atuação acabaram indo contra a respeitabilidade da mulher no mercado de trabalho.
Vamos ficar só nas figuras petistas destacadas, que ninguém é de ferro para uma lista tão longa. Em exemplos diversos, tem a ex-ministra Matilde Ribeiro, que foi obrigada a sair do cargo com os gastos irregulares flagrados no escândalo dos cartões corporativos e tem também a então ministra do Turismo, Marta Suplicy, mandando os brasileiros que sofriam com os aeroportos “relaxar e gozar”. Não foi possível. Marta fez esta estranha alusão sexual em 13 de junho de 2007 e no dia 17 do mês seguinte um horrível desastre com um avião da TAM matou 187 pessoas na capital paulista.
Teve também a deputada-dançarina Ângela Guadagnin, do PT de São Paulo, que festejou dançando no plenário da Câmara dos Deputados a vitória de deputados mensaleiros. Como já falei, é uma lista grande de militantes partidárias metidas em grosserias, maus serviços e até corrupção, de modo que, ao contrário do que parece, o fato de não terem conseguido nomear 30% de mulheres para cargos de destaque é na verdade uma boa notícia. Dessa forma o estrago será bem menor para a imagem das mulheres brasileiras.
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POR José Pires
O problema vem de muito antes de Lula virar presidente e começou em câmaras de vereadores e prefeituras. A desmoralização já começa quando o partido adota de forma eleitoreira a falsa premissa de que a diferença sexual faria da mulher uma dirigente pública especial.
Essa diferenciação mentirosa acaba criando expectativas falsas em relação à mulher na política, que vai ter à sua frente as mesmas precariedades ou qualidades que um homem teria, além de ter de enfrentar no Estado a mesma situação de desestruturação e corrupção. É dificíl entender como alguém pode acreditar que o fato de ser mulher pode trazer algo diferente neste enfrentamento, mas o fato é que em certos casos a lorota até rende alguns votos. É um tipo de bobagem que acomete também certos militantes negros e também militantes homossexuais — mas a verdade é que somos todos iguais inclusive nos defeitos.
Esta questão já foi discutida demais para que tenhamos que agüentar tanta tolice e demagogia. Mas na política brasileira estas divisões artificiais ainda são bastante usadas, mesmo que historicamente a ocupação de cargos dirigentes por mulheres já venha comprovando que na prática não existe nenhuma diferença.
Quando o PT prega de forma eleitoreira qualidades especiais no sexo feminino para a ocupação de cargos na administração pública, o partido já causa um grande estrago conceitual e simbólico. Mas a coisa piora quando suas militantes de fato ocupam cargos destacados. O estrago aumenta, pois na maioria dos casos comprovadamente temos visto ineficiência ou a corrupção. Quando não aparecem as duas coisas juntas.
Mas o PT teima em usar o recurso até como marketing, como ocorreu este ano em várias eleições e pricimpalmente na campanha de Dilma. Com Dilma até tiveram que forçar um pouco na caracterização feminina, pois parece que ela tem defeitos parecidos com os piores estereótipos masculinos. Tiveram que vir com esse papo de mulher na política para encobrir sua notória personalidade agressiva na relação com colegas, principalmente os subordinados.
Mas para a sorte de quem acredita de verdade na igualdade entre os sexos, as mulheres que o PT tem colocado em vários governos tem desmoralizado estas questões de gênero. É mais um daqueles serviços que os petistas prestam de forma involuntária à democracia. Mas é preciso tomar muito cuidado, pois olhando o que as mulheres deste partido fizeram no poder só nestes oito anos de Lula, pode-se até chegar numa conclusão que também não é verdadeira: de que as mulheres não servem para a política ou que é até pior do que os homens no exercício do poder.
Nem uma coisa, nem outra. Somos mesmo iguais até na sedução da corrupção ou do desmando. É uma igualdade tão clara que, no PT, o mesmo descuido ético que o partido tem com sua ala masculina foi aplicado com igualdade para suas militantes. E deu no que deu. Com isso que podemos chamar de igualdade pelo avesso, o estrago para a imagem das mulheres na política pode estar sendo maior que qualquer benefício.
Da então senadora Benedita da Silva, encalacrada lá no início do primeiro mandato de Lula em gastos indevidos que forçaram sua saída do governo, à atual senadora Serys Slhessarenko, que tem uma assessora que já tirou dos cofres públicos também de forma indevida quase cinco milhões de reais, é uma lista muito grande de militantes petistas que trouxeram resultados negativos à condição feminina, apesar de muitas delas terem alcançado projeção calcadas na valorização da mulher na política. Com sua má atuação acabaram indo contra a respeitabilidade da mulher no mercado de trabalho.
Vamos ficar só nas figuras petistas destacadas, que ninguém é de ferro para uma lista tão longa. Em exemplos diversos, tem a ex-ministra Matilde Ribeiro, que foi obrigada a sair do cargo com os gastos irregulares flagrados no escândalo dos cartões corporativos e tem também a então ministra do Turismo, Marta Suplicy, mandando os brasileiros que sofriam com os aeroportos “relaxar e gozar”. Não foi possível. Marta fez esta estranha alusão sexual em 13 de junho de 2007 e no dia 17 do mês seguinte um horrível desastre com um avião da TAM matou 187 pessoas na capital paulista.
Teve também a deputada-dançarina Ângela Guadagnin, do PT de São Paulo, que festejou dançando no plenário da Câmara dos Deputados a vitória de deputados mensaleiros. Como já falei, é uma lista grande de militantes partidárias metidas em grosserias, maus serviços e até corrupção, de modo que, ao contrário do que parece, o fato de não terem conseguido nomear 30% de mulheres para cargos de destaque é na verdade uma boa notícia. Dessa forma o estrago será bem menor para a imagem das mulheres brasileiras.
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POR José Pires
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