terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Inserindo a mulher na política

E para continuar na contribuição petista para a inserção da mulher na política, tem também o caso que talvez feche o ano e que envolve também esta demagogia petista de querer se beneficiar das questões de gênero na política. É a denúncia que envolve a senadora petista Serys Slhessarenko e sua assessora Liane Maria Muhlenberg, que arrancou mais de quatro milhões de reais de dinheiro público apenas com emendas orçamentárias de deputados petistas, sem precisar de licitação.

São duas mulheres, duas petistas, em cargos destacados da política nacional.A senadora Slhessarenko já disse que não conhecia o extraordinário talento financeiro da assessora. Ela nem sabia que a outra era presidente de uma ONG tão próspera, o que leva a crer que as duas têm conversado pouco nesses três anos trabalhando juntas.

Slhessarenko deveria dar o exemplo, pois sempre tentou se mostrar uma feminista entusiasmada. Com a eleição de Dilma, saiu com essa: ”Todas as mulheres vão saber como é ocupar o gabinete no chefe”. Seria interessante saber dela qual é a sensação que que fica para as mulheres agora, quando sua assessora apronta e ela fica obrigada a dizer que nada sabia.

Não estou querendo dizer, evidentemente, que no PT só tem mulher corrupta. Mas seus dirigentes não deveriam cuidar mais para que não ficasse tão abalada a imagem que querem construir de um partido que insere a mulher brasileira na política? Ah, sim, se fosse assim cuidariam também para não ter tanta corrupção feita por homens.

Mesmo Dilma não tendo fechado a cota feminina de 30% de altos cargos de seu governo, as mulheres ainda têm muito motivos para se preocupar. É só ver alguns nomes anunciados, entre eles o da senadora em fim de mandato Ideli Salvatti, que vai para o ministério da Pesca. No Planejamento teremos Miriam Belchior, que foi namorada do prefeito petista assassinado Celso Daniel.

Ela estava também na Casa-Civil durante as maracutaias feitas por Erenice, a amiga do peito de Dilma, o que revela no mínimo desatenção. Outra referência sua é até um pouco pior. Ela foi denunciada ao Ministério Público por João Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito, que disse ter ouvido dela e de Gilberto Carvalho, ex-secretário municipal de Santo André e atual chefe de gabinete da Presidência, que houve um desvio de R$ 1,2 milhão da prefeitura em benefício do PT.

Nas gravações feitas pela polícia durante a investigação do crime tem um estranho diálogo colhido nas maquinações feitas pelos petistas tentando encerrar o caso como um crime comum. Nas gravações vazadas Miriam Belchior é instruída para fazer o “papel de viúva” até num programa da Hebe Camargo. E ela e Celso Daniel nem estavam juntos quando ele foi sequestrado, torturado e morto.
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POR José Pires

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