quarta-feira, 8 de junho de 2011

A gestão do toma lá, dá cá

A leitura de sites e jornais dá na gente a impressão de que os jornalistas descrevem um mundo virtual quando falam do governo de Dilma Rousseff. E a cobertura da queda de Palocci, com a surpreendente nomeação da Senadora Gleisi Hoffmann, tem sido uma parte das mais delirantes nesta de ficção.

Acabamos tendo de ler em toda a parte algo parecido com aquela lorota do ex-presidente Lula sobre a "Dilma da Dilma", quando ele comentava sobre Dilma ter cuidado da gestão na Casa Civil enquanto ele fazia política. Bem, já dói bastante essa patada na lógica de que Dilma cuidou da gestão, ou de que Dilma cuidou de alguma coisa, quando todo mundo sabe que menos de seis meses depois dela ter passado a Casa Civil para a amiga Erenice, o então presidente Lula teve que demitir Erenice para abafar um escândalo. E o desastre que foi aquela "gestão" está aí à frente de todos, até com a volta da inflação. Nem Dilma parece estar gostando do que a "Dilma do Lula" deixou para ela.

Se alguém tivesse cuidado da gestão no governo Lula é certo que o Brasil não estaria desse jeito. E nem adianta vir com outras virtualidades, se ufanando de coisas que deviam nos envergonhar, do tipo definir como classe média uma família com renda de um pouco mais de mil reais ou dizer que alguém saiu da pobreza por ter 70 reais mensais no bolso.

Como se já não bastasse essa conversa fiada da "Dilma da Dilma" a gente ainda tem que ler sobre a "experiência em gestão" de Gleisi Hoffmann, a nova ministra da Casa Civil. Quem escreve uma coisa dessas está pensando na pujança do estado do Mato Grosso do Sul ou nas fantásticas inovações administrativas feitas em Londrina?

Londrina é hoje um desastre administrativo, em grande parte pelos caos que o PT deixou em duas administrações consecutivas. E no Mato Grossso do Sul a única novidade administrativa que chamou a atenção no plano nacional foi a aposentadoria vitalícia que o então chefe de Gleisi Hoffmann, o governador Zeca do PR, criou para ele mesmo. Essa herança da gestão do PT no Mato Grosso do Sul felizmente foi anulada pelo STF.

O governo do PT planta uma cortina da fumaça para encobrir a incompetência de uma presidente da República que não consegue nem começar o governo e a imprensa ainda ajuda escrevendo ficções que nada tem a ver com o que está à nossa frente.

O governo de Dilma ou do Lula, qualquer governo nessa triste saga que o PT vem conduzindo de maneira atabalhoada e incompetente, funciona de uma forma que é muito bem explicada na nomeação feita hoje do ex-vice-governador paranaense Orlando Pessuti para o Conselho de Administração do BNDES.

Até agora eles vinham enrolando o ex-governador porque o pobre do Pessuti é pouca coisa politicamente até no Paraná. Mas acontece que é do PMDB o suplente de Gleisi Hoffmann no Senado. E Sérgio Souza, o senador que entra no lugar da ministra, é muito próximo de Pessuti. Foi inclusive indicado por ele para ser o suplente.

É assim que funciona a Casa Civil do governo Dilma e do mesmo modo são conduzidos todos os procedimentos do governo. Esse negócio de gestão só acontece no mundo virtual descrito pela imprensa.
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POR José Pires

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