segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nos palanques de Obama e Romney


Dois apoios indesejáveis na campanha presidencial americana: o senhor Burns e o venezuelano Hugo Chávez.

Todos devem saber que o senhor Burns é o dono da usina nuclear de Springville, onde trabalha Homer Simpson. Seu apoio é para Mitt Romney e aconteceu num dos espisódios da série, que é transmitida pela Fox, rede de TV que apóia de fato o candidato republicano.

No desenho animado, o senhor Burns chama o cachorro Shamus para decidir entre Obama e Romney, manipulando descara
damente o teste para favorecer seu preferido. Dois empregados disfarçados de candidatos trazem pratos de comida para o cão. “Broccoli” Obama oferece a verdura, um trocadilho infame com o nome de origem queniana do presidente. Já “Meat” Romney traz um apetitoso filé. “Meat” é carne em inglês. A escolha parece evidente, mas Shamus foge desesperado depois de arrebentar uma janela.

O outro apoio indesejado é o do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, que não sabe mesmo se calar. Para azar de Obama, o apoio é dele. Naquela sua informalidade que fica sempre uns bons pontos acima da irresponsabilidade, Chávez andou falando que votaria em Obama se estivesse nos Estados Unidos. Também com cara de pau deu a certeza de que na Venezuela Obama votaria nele para presidente.

A declaração gravada em vídeo foi transmitida muitas vezes nas emissoras americanas, em propaganda de ataque a Obama paga pelo partido Republicano. A peça da campanha de Romney liga o adversário também a Fidel Castro e Che Guevara. Todo falado em espanhol, o vídeo foi veiculado para criar uma rejeição a Obama junto ao eleitorado latino.

O nível dos Republicanos em eleição tem sido sempre este. Quem não se lembra da campanha anterior, quando Sarah Palin, vice-presidente na chapa de John McCain, atuou como franco-atiradora fazendo ataques sórdidos ao candidato democrata? É claro que ninguém pode querer o apoio do senhor Burns, um plutocrata cínico que faz questão de afirmar que acredita apenas no poder para os mais ricos. Mas não resta dúvida sobre quem ele apoiaria se existisse na vida real.

Já a esquerda latino-americana está no papel de sempre. A dúvida é se de fato desconhecem sua influência negativa ou estão agindo de má fé. Uma tal de Mariella Castro, sobrinha do ditador Fidel Castro, aparece no vídeo republicano dizendo que votaria também no presidente que busca a reeleição. Ela é filha de Raúl Castro. A propaganda dos republicanos contra Obama cita também um e-mail enviado pela Agência de Proteção Ambiental, que trazia a foto do Che Guevara e a conhecida frase “Até a vitória, sempre". A agência afirma que a mensagem foi enviada sem aprovação oficial por um funcionário. Vê-se que até lá nos Estados Unidos a militância azucrinadora faz das suas.
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POR José Pires

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