segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Bijouterias

Apareceu um ótimo símbolo da tradicional falta de autenticidade da economia brasileira, o que ficou especialmente mais grave depois da subida do PT ao poder. A Polícia Federal descobriu que é falso um ovo Fabergé apreendido na casa de Eike Batista, empresário que foi muito amigo do ex-presidente Lula e que era uma das sustentações do simulacro de prosperidade criado pelo governo para ganhar eleições, no clima eleitoral que tinha o petróleo do pré-sal como uma magia que faria jorrar todo dinheiro necessário para findar os problemas brasileiros.

Tido como um legítimo Fabergé, o ovo apreendido pela Justiça Federal era tão falso quanto o propalado espírito empreendedor de Eike Batista, um dos privilegiados beneficiários da política econômica petista de incremento de grandes corporações, que foi tornando ainda mais ricos empresários amigos, à custa de dinheiro público repassado com juros pra lá de camaradas.

Quando é autêntica, uma jóia dessas vem das mãos de Peter Carl Fabergé, joalheiro da corte czarista da Rússia, que fabricou apenas cerca de 50 exemplares, entre 1885 e 1917. Um ovo original vale muito. Recentemente encontraram nos Estados Unidos um Fabergé, que acabou sendo avaliado em U$ 20 milhões. Mas uma cópia pode ser encontrada por apenas R$ 60 reais em leilões da internet.

É claro que veio de um especialista a avaliação da autenticidade da peça apreendida com o empresário que era um dos melhores amigos do petismo antes de se ver arruinado. Uma boa cópia imita com tanta perfeição as linhas originais que é muito difícil para quem não é do ramo perceber diferenças. É provável que o próprio Eike Batista acreditasse ser proprietário de uma jóia autêntica, já que seu conhecimento em Fabergé é tão precário quanto o de petróleo, embora tenha tido um papel importante na sustentação da farsa eleitoral petista do pré-sal jorrando dinheiro sobre a cabeça de todos os brasileiros.

O Fabergé falso de Eike Batista é o símbolo da superficialidade desses tempos em que vivemos, quando aparências sem substância alguma ocupam de tal forma o imaginário brasileiro, que acaba-se tendo a crença de que a prosperidade pode surgir com a facilidade de bordões eleitoreiros de marketing. Já faz bastante tempo que o Brasil vem se orgulhando e acreditando em “fabergés” políticos que não valem nada.
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POR José Pires

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