As investidas do governo do PT contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, desmentem com fatos aquela velha lorota dos petistas, que dizem sempre que nunca sabiam de nada, quando é apontada maracutaia no governo. A alegação foi usada primeiro por Lula na presidência da República e depois por sua pupila Dilma Rousseff, colocada por ele no poder como sucessora. Isso é conversa fiada. O PT sempre soube de tudo. Seus dirigentes já dispunham de muita informação sobre a máquina pública mesmo quando não estavam no poder. O partido do Lula sempre contou com uma diversificada rede de influência em todo o Brasil, capaz de obter informações de forma muito rápida. Esta rede de inteligência era sustentada pelos mais variados sindicatos, com seus membros e simpatizantes atuantes no poder público, tanto em cargos nomeados como na condição de funcionários concursados.
Até no sistema bancário os petistas sempre tiveram acesso à informações de todo tipo, inclusive as mais privilegiadas. Isso pode ocorrer tanto em bancos privados como na área estatal. Para isso serviu também o amplo domínio partidário no sindicalismo. Essa impressionante capacidade de chegar até aos mais bem guardados segredos da República foi de proveitosa serventia aos parlamentares petistas na época em que o partido estava na oposição, atuando com toda a agressividade para prejudicar a capacidade de governabilidade dos adversários. E serviu também para abrir o caminho para a conquista do poder. É claro que a ética tinha que ser atropelada para ser feito este uso da informação, vindo da parte de funcionários públicos e dessa forma atravessada, com o influente peso da máquina sindical. Mas é para isso que serve aquela velha desculpa ideológica de que os fins justificam os meios.
E depois, no Palácio do Planalto, o controle dos petistas sobre a informação ampliou-se na totalidade da máquina pública e até em cima da iniciativa privada. É também por essa razão que a parcela mais bem informada da sociedade civil sempre teve temor de tomar medidas mais rigorosas para brecar a ânsia autoritária petista. Políticos, empresários, profissionais liberais, jornalistas e outros profissionais que podem perder muito com pressões políticas procuram ter cautela porque sabem da falta de limites dos petistas quando eles elegem um alvo de sua fúria. E isso pode ser visto nessa investida contra Eduardo Cunha. Se o deputado tem a dinheirama em bancos suiço, foi durante os governos do PT que ele acumulou a fortuna. Mas até ele tornar-se um estorvo parece que não havia problema, não é mesmo?
As informações sobre o presidente da Câmara foram buscadas na Suiça com bastante rapidez e a diligente participação do Ministério da Justiça. Com outras figuras envolvidas nos crimes investigados pela Operação Lava-Jato não se viu tamanha presteza. Este ataque contra Cunha serve inclusive para se ter uma noção de denúncias talvez até mais graves contra outros políticos, que podem estar sendo mantidas escondidas para se obter deles uma atuação, digamos assim, mais colaborativa. Essas coisas mostram que nem Lula ou Dilma podiam desconhecer o que se passava no mensalão e no petrolão. Eles sabem de tudo. Mas o que sabem serve apenas para a defesa do interesse deles.
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POR José Pires
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