Calma, pessoal. Esse instituto Datafolha que diz que Lula está muito bem para as eleições de 2018 é o mesmo Datafolha que no dia 3 de outubro de 2014 dava em pesquisa que — em votos válidos — Dilma Roussef estava com 45%, Marina Silva com 27% e Aécio Neves com 24%. Me lembro que esses números animaram bastante o governo do PT e causaram prejuízo à oposição, mas no final o resultado foi muito diferente. E o Datafolha é propriedade da Folha de S. Paulo, aquele jornal que em maio de 2010 deu uma das manchetes mais absurdas que já se viu na imprensa brasileira. Veja a imagem. Eles diziam que o futuro de Lula poderia ser a secretaria-geral da ONU ou a presidência do Banco Mundial.
Pois é, o jornal publicou um negócios desses a sério e abrindo em manchete. O "furo jornalístico" vinha com a assinatura de Kennedy Alencar, jornalista que foi assessor de imprensa do PT. É claro que a ida de Lula para a ONU ou pro Banco Mundial teve republicação em toda a imprensa, pois já naquela época não se usava nem o bom senso antes de repassar notícia. E o esquema de comunicação e propaganda governista fez a festa. Era o ano da eleição de Dilma, apadrinhada pelo presidente que eles diziam que estava tão por cima que depois de terminado seu mandato poderia escolher entre a ONU e o Banco Mundial. Como se vê, ô turma ruim em previsão do futuro. Ocorre que, mesmo eles tendo errado no sucesso internacional do Lula, para a eleição de Dilma até que foi um acerto a manchete furada.
Nem vou discutir se hoje em dia Lula tem mesmo alguma chance em eleição, mas qual é o sentido de uma pesquisa para eleição de presidente da República que depende de tantos acontecimentos, como o impeachment e a eleição municipal deste ano? No entanto, independente de qualquer suspeita, no geral pesquisas eleitorais não costumam conferir com a realidade, muito menos as do Datafolha. Na eleição de 2014, como eu disse, o erro foi grande. Naquela disputa presidencial, o clima que o instituto da Folha de S. Paulo vinha criando com a proximidade da hora do voto era sempre desfavorável à oposição. Pesquisa pode servir para isso. Desestimulam o eleitor a votar em um ou outro candidato a acaba-se construindo uma realidade que serve a determinado interesse.
Naquele ano finalizaram com um balde de água fria sobre o eleitorado dos tucanos. Repito os números: Dilma Roussef com 45%, Marina Silva com 27% e Aécio Neves com 24%. Essa última pesquisa criou uma certa decepção entre os eleitores. A expectativa entre os tucanos não era esta que supostamente havia sido detectada. A pesquisa do Datafolha serviu também para dar uma animada na campanha de Dilma e deve ter influenciado uma última subida dela. Porém, os tucanos não caíram no desânimo, tendo o candidato Aécio Neves à frente na combatividade. E no final, ao contrário do que afirmava o Datafolha, deu segundo turno com números muito diferentes: Dilma 41,59%, Aécio 33,55%, Marina Silva 21,32%. Como se costuma dizer, a Folha errou e o Datafolha idem. Bem, se é que foi mesmo um erro.
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POR José Pires
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