O pessoal do PT dá bastante alegria pra gente, pelo menos na facilitação da tarefa democrática de fazer do partido do Lula um partido nanico. Muitas vezes aparecem boas chances para o partido se recompor, situações nas quais negociações políticas conduzidas com habilidade poderiam conquistar aliados e até permitir o reatamento de antigas relações, mas os dirigentes petistas perdem todas essas chances. Colocam as pessoas erradas para fazer o serviço, deixam de organizar um discurso equilibrado de forma coletiva, não se mancam nem em estabelecer regras simples de boa educação. É até engraçado, porque costumam xingar antes de sofrerem o mau resultado.
Me lembro que durante os trabalhos do impeachment, no Senado, cada vez que aquela bancada histérica do PT saía de peito aberto e aos berros para defender o mandato de Dilma Rousseff eu me refestelava com os espetaculares equívocos, contrariando até políticos com os quais bastaria uma boa conversa de bastidores para encaminhar uma negociação pelo voto contrário ao impeachment. Mas os senadores da base do governo faziam o inverso, especialmente aquela soberba trinca formada por Vanessa Grazziotin, Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann. Vou confessar, nunca me diverti tanto com vídeos da internet como na época dos debates no Senado sobre o processo de cassação do mandato petista.
Desde que Dilma assumiu, o PT já vinha dando muitas cabeçadas, com erros espantosos que agridem o mínimo bom senso em política. Continuam até hoje agindo da mesma forma. E desse jeito não conseguirão nunca dar a chamada volta por cima. E com isso, eles se mantém empacados em dificuldades para se recompor, mesmo com esse desastre político que é o governo Temer. Mas sempre existe o risco deles se aproveitarem de tantos erros. Por isso me preocupei com a eleição para a presidência do partido, no que logo fui tranquilizado com os dois nomes que iam bater chapa: Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann. Ora, mas os companheiros estão querendo me agradar, foi o que pensei. Gleisi Hoffmann ganhou, como todos sabem, mas uma escolha dessas podia ser resolvida no uni-duni-tê, pois qualquer resultado já estaria bom.
Então, Gleisi está aí na presidência do PT, o que me contenta de tal maneira que preciso me segurar para não chamá-la de “presidenta”, como ela tanto gosta. E já estou adorando o serviço. Sua eleição não tem nem um mês e ela foi obrigada a dar uma posição na situação delicada da agressão à jornalista Miriam Leitão. Era a chance do partido dar uma amenizada na péssima imagem que vem tendo até agora no debate nacional, mesmo que fosse, como sempre, de forma marqueteira e muito cínica. E que tema apropriado para eles aproveitarem. Havia até uma mulher como vítima, o que permitiria uma beleza de texto até para um redator mediano. Porém, Gleisi mandou fazer o contrário. A nota que soltaram até lamenta o "constrangimento" sofrido pela jornalista, mas em seguida coloca como causa a linha editorial da emissora em que ela trabalha, apontada na nota como responsável pelo "clima de radicalização e até de ódio". No embalo, deu um aval aos agressores, que berravam exatamente contra a Rede Globo durante a hostilização no avião da Avianca. Não é mesmo uma mulher adorável? Me desculpem a puxação de saco, mas o PT arrumou a "presidenta" ideal pra gente consertar este país.
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POR José Pires
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