terça-feira, 6 de junho de 2017

TSE, o tribunal que só funciona no tranco

O julgamento da chapa Dilma-Temer, que começa nesta terça-feira, pega já entrando em seu terceiro ano o mandato que é objeto da ação. A Justiça Eleitoral demorou dois anos e meio para julgar se a eleição foi válida. E se Dilma Rousseff não tivesse sofrido impeachment, o PT de Lula estaria ainda no poder em parceria com o PMDB de Temer, ambos com os mecanismos de pressão que está mais que provado que utilizam com todos os abusos que já foram esclarecidos nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

A Operação Lava Jato descobriu fartas provas de que a eleição de Dilma e Temer usou recursos ilícitos em enorme quantidade. No entanto, a verdade é que se dependesse exclusivamente do Tribunal Superior Eleitoral este julgamento só ocorreria depois de Dilma terminar seu mandato e também não dá pra ter a confiança alguma de que haveria alguma condenação. Com Dilma e seu vice já em casa e sem a comoção política que o país está atravessando, a chapa Dilma-Temer ficaria na mesma situação de todas as outras chapas, da eleição passada e de outras mais para trás.

Em cada eleição, a maioria dos políticos apronta o máximo, com possibilidades mínimas de que paguem pelas ilegalidades. Com isso, não há nenhuma eleição que possa ser definida de fato como representativa. E depois, ainda somos obrigados a ouvir dizer que os corruptos que vão para o poder são a cara do eleitor brasileiro.
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POR José Pires

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