segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Israel e Estados Unidos: as bandeiras alucinadas do bolsonarismo

Neste Sete de Setembro, na cerimônia no Palácio da Alvorada, apoiadores de Jair Bolsonaro seguravam bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. É patética uma coisa dessas exatamente no Dia da Independência, mas dá para entender o apego boboca à bandeira dos Estados Unidos. Afinal, eles são seguidores de um presidente de um capachismo capaz de bater continência para a bandeira do país de Donald Trump.

 

E é evidente que a presença da bandeira americana nas suas manifestações se deve apenas à adoração por Donald Trump, que é de onde vem a inspiração de seu adorado Jair Bolsonaro, imitador do presidente americano na retórica ignorante e agressiva, na manipulação cretina, irresponsável e até na patológica crueldade.

 

Não é por Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, ou qualquer outro fundador dos Estados Unidos que eles se enrolam na bandeira de um país estrangeiro. É por Trump. A ligação é de mera oportunidade, de tal modo que caso Joe Biden derrote Trump em novembro é capaz de vermos esse mesmo pessoal queimando a bandeira americana nas ruas. Na cabeça oca dos bolsonaristas, os Estados Unidos cairão no comunismo no mesmo dia da eleição de Biden.

 

Bem, mas e a bandeira de Israel, como se explica essa outra fixação? Isso é coisa que não se vê nem nos Estados Unidos, que por motivos geopolíticos estabeleceu há muito tempo relações externas muito fortes com este país do Oriente Médio. Ora, acho que nem em Israel tem isso de levar essa bandeira para todo lugar.

 

Este hábito de direita por aqui provavelmente deve ter algo a ver com a obsessão mística de neopentecostais com Jerusalém, mas o negócio acabou virando mero fetiche porque adoram a bandeira de um país com quase nada de relação cultural com o Brasil.

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POR‌ ‌José‌ ‌Pires‌

 

 

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Imagem- O Sete de Setembro em Brasília, em foto de Marcelo Camargo, Agência Brasil

 


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