Ziraldo já se defende das críticas. “O Brasil me deve isso”, disse aos jornais. Como diria o finado Paulo Francis, Waall... Você deve alguma coisa ao Ziraldo? Eu não.
Vamos a mais umas palavras suas em defesa de sua pensão: “Eu quero que morra quem está criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery (do Couto e Silva, general, chefe da Casa Civil da Presidência no governo Geisel). Então, qualquer crítica que se fizer em relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando”.
Bem, temos que dizer novamente dizer waall... Eu até poderia achar que Ziraldo está falando do Carlos Heitor Cony, quando fala dos “cagões”, mas a possibilidade é mínima. Cony, longe de criticar, é até colega do cartunista na Bolsa Ditadura.
Cony é um dos que pleitearam a indenização (sim, para ganhar tem que entrar com o pedido). Durante a ditadura militar trabalhava na Manchete, revista semanal que era mais um catálogo de fotos coloridas a favor da ditadura. Ali, também escrevia textos que o dono da publicação, Adolpho Bloch, depois assinava como seus. Ganhava muito bem em uma época em que todo mundo ganhava mal. Até hoje o que se pergunta é de que o Cony foi vítima.
Cony poderia até pleitear indenização por ter que aturar o Bloch, assim como o Jaguar pela convivência forçada com o chato do Ziraldo, mas não: ganham indenização por terem sido “vítimas da ditadura”. E Cony ainda leva mais que o Jaguar e Ziraldo juntos: sua pensão é de R$ 23.187,90 por mês. Sim, é isso mesmo que você leu: mais de vinte e três mil reais todo mês.
A falta de critério aí é bem interessante. Não daria motivo para recurso jurídico? Cony e Ziraldo estavam em lados opostos, um na oposição e outro em uma editora a favor da ditadura militar. Tanto que Cony e seu patrão era criticados bastante em O Pasquim. Para a chamada “patota do Pasquim”, ele era “Carlos Heitor Conyvente” e nas páginas do semanário, Bloch era definido como “onomatopéia de bolo fecal caindo na água”. E os dois, Cony e Ziraldo, recebem indenização na posição de vítimas? Tem erro jurídico aí.
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POR José Pires
Vamos a mais umas palavras suas em defesa de sua pensão: “Eu quero que morra quem está criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery (do Couto e Silva, general, chefe da Casa Civil da Presidência no governo Geisel). Então, qualquer crítica que se fizer em relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando”.
Bem, temos que dizer novamente dizer waall... Eu até poderia achar que Ziraldo está falando do Carlos Heitor Cony, quando fala dos “cagões”, mas a possibilidade é mínima. Cony, longe de criticar, é até colega do cartunista na Bolsa Ditadura.
Cony é um dos que pleitearam a indenização (sim, para ganhar tem que entrar com o pedido). Durante a ditadura militar trabalhava na Manchete, revista semanal que era mais um catálogo de fotos coloridas a favor da ditadura. Ali, também escrevia textos que o dono da publicação, Adolpho Bloch, depois assinava como seus. Ganhava muito bem em uma época em que todo mundo ganhava mal. Até hoje o que se pergunta é de que o Cony foi vítima.
Cony poderia até pleitear indenização por ter que aturar o Bloch, assim como o Jaguar pela convivência forçada com o chato do Ziraldo, mas não: ganham indenização por terem sido “vítimas da ditadura”. E Cony ainda leva mais que o Jaguar e Ziraldo juntos: sua pensão é de R$ 23.187,90 por mês. Sim, é isso mesmo que você leu: mais de vinte e três mil reais todo mês.
A falta de critério aí é bem interessante. Não daria motivo para recurso jurídico? Cony e Ziraldo estavam em lados opostos, um na oposição e outro em uma editora a favor da ditadura militar. Tanto que Cony e seu patrão era criticados bastante em O Pasquim. Para a chamada “patota do Pasquim”, ele era “Carlos Heitor Conyvente” e nas páginas do semanário, Bloch era definido como “onomatopéia de bolo fecal caindo na água”. E os dois, Cony e Ziraldo, recebem indenização na posição de vítimas? Tem erro jurídico aí.
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POR José Pires
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