quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Uma mãozinha para Obama

É sabido que o presidente Lula está ansioso para se aproximar de Barack Obama. Logo depois de eleito, o novo presidente norte-americano telefonou para alguns governantes, mas nada de ligar para o presidente brasileiro. O petista não conteve a ansiedade e telefonou ele mesmo. Conversaram alguns minutos, no papo, segundo a assessoria de Lula, Obama lembrou que teve como professor em Harvard o ministro Roberto Mangabeira. Acho mais provável que Lula é que tenha lembrado o fato, mas vá lá, fiquemos com esta versão.

Mas será que Lula falou para Obama que antes de ser ministro seu ex-professor o tachava de chefe “do governo mais corrupto da história nacional” e exigia seu impeachment? Duvido, mas não faltará ocasião para Obama saber da história. Se é que já não sabe.

Mas se Lula queria estreitar laços pessoais com o próximo presidente apareceu agora uma situação excelente com a encrenca em que está atolado o governador do estado de Illinois, Rod Blagojevich, acusado de tentar vender a vaga de Obama no Senado.

O problema também afeta Obama, pois o caso fez surgir uma especulação sobre suas relações com a corrupção em Chicago. E será que ele sabia que sua vaga estava sendo leiloada pelo governador? O presidente eleito evidentemente nega ter discutido com a equipe de Blagojevich sobre seu substituto no Senado, mas infelizmente para ele um de seus assessores havia dito no mês passado que Blagojevich e Obama discutiram nomes para a vaga.

É claro que o assessor já lançou uma nota afirmando que “se enganou” e que Obama e o governador não discutiram o assunto em ocasião alguma. Mas o fato é que Obama nem assumiu e já tem seu primeiro grande problema com corrupção.

E aí é que entra o Lula, sempre mau assessorado, claro, pois até o momento ninguém discou do Palácio do Planalto para Barack Obama afim de que o presidente brasileiro repasse seu conhecido know-how para escapar de maracutaias e jogar sujeira para debaixo do tapete. É desta tecnologia que os Estados Unidos precisam. É a grande chance de Lula ficar tão chegadinho em Obama quanto foi até agora de George W. Bush.
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POR José Pires

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