sábado, 9 de julho de 2011

Quem quer dinheiro?


Tem umas notícias que deixam muito claro a impunidade que os crimes políticos gozam no Brasil. O Ministério Público está precisando definir qual será o destino de R$ 1,7 milhão apreendidos em 2006 com os chamados "aloprados do PT". Os valores são da época. A pacoteira é uma prova substancial de que os responsáveis pelo crime são muito abonados: ninguém reclamou a propriedade da fortuna.

O apelido carinhoso de "aloprados" foi o próprio Lula quem deu. O petista disputava seu segundo mandato na época e seria sem dúvida beneficiado caso o golpe desse certo. A dinheirama seria para comprar um dossiê fajuto sobre o candidato José Serra, que disputava o governo de São Paulo.

Um golpe desses abalaria com certeza a candidatura de Serra, que arruinaria por sua vez a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Ninguém tem dúvida também de que o golpe dos aloprados teria uma repercussão nas eleições em todos os estados brasileiros, beneficiando toda a companheirada pelo país afora. A eleição então seria uma baba para o PT. Em São Paulo, o beneficiado seria o atual ministro, o irrevogável Aloizio Mercadante, que disputava com Serra o governo paulista.

Mercadante é acusado de ser um dos cabeças do plano, o chefe dos aloprados em São Paulo. Nesses dias a revista Veja reencontrou um dos acusados do crime, o petista Expedito Veloso, que contou agora que a trama tinha como mentor o irrevogável Mercadante, numa aliança ocasional com Orestes Quércia, que também disputava o governo paulista pelo PMDB. Segundo Veloso, PT e Quércia racharam as despesas.

O Brasil é um país sui generis. Aqui investigações que deviam chegar num resultado pelas mãos da polícia têm todo seu desenvolvimento traçado pela imprensa, que revela os planos, desmonta cumplicidades e aponta chefões. Mas tudo acaba em impunidade, pois a polícia e a Justiça não fazem seus serviços. Aí pode ser um problema de falta de leitura também. Talvez não leiam a Veja, ou o Estadão, a Folha de S. Paulo...

E está lá a pacotaço de grana como símbolo da impunidade. São quase dois milhões de reais que seriam uma vergonha para qualquer país sério, mas no Brasil todo mundo faz de conta que não vê. Um bom uso para a dinheirama seria a compra de muito óleo de peroba para a companheirada lustrar as faces para a próxima eleição.
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POR José Pires

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