terça-feira, 28 de agosto de 2018

Bolsonaro e seus fanáticos dissimulados

A única novidade que apareceu até agora dos lados de Jair Bolsonaro nesta campanha eleitoral foi a insólita figura do isentão de direita. Já estávamos acostumados com os isentões esquerdistas, aqueles tipos que chegavam dizendo “não sou petista nem simpatizante do PT, mas...” e mandavam ver um discurso favorável ao Lula, elogiavam o governo Dilma e sentavam o cacete nos adversários dos petistas.

E agora temos os isentões de direita, que aparecem com a mesma conversa mole, começando com a cantilena de “não sou simpatizante do Bolsonaro, mas...”. E mandam ver um lero a favor dele. Pior ainda, os isentões de direita usam o mimimi para alegar que podem acabar votando em Bolsonaro por causa de criticas que para eles são injustas. É quase uma ameaça, além da constrangedora contradição com o discurso do candidato do PSL. O mimimi não combina nada com a imagem eleitoral do encapetado capitão.

É até engraçado o chororô, já que a solidariedade tem como vítima o político de discurso mais violento da nossa história recente, um cabra que, conforme ele diz, não foge de briga e até propõe que os brasileiros se defendam com armas nas mãos e que já foi protagonista de lamentáveis bate-bocas nos quais insulta e procura humilhar mulheres e profissionais da imprensa que apenas fizeram perguntas que ele não gosta.
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POR José Pires

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