Porém, da eleição de Collor para cá não faltou tempo para o brasileiro aprender a votar melhor. No entanto, deu Wilson Witzel no Rio e Bolsonaro como presidente da República. Por isso temos que suportar o tempo todo ideias estapafúrdias como esta, que por sinal já rendeu para Bolsonaro um papelão internacional. A única compensação que este sujeito sem noção nos dá é que sua impulsividade demole de imediato as besteiras.
Nesta segunda-feira, depois de uma reunião com Witzel e o executivo da Fórmula 1, Chase Carey, ele deu uma animada declaração em entrevista coletiva, afirmando que “há 99% de chance” do Grande Prêmio ir para o Rio. De imediato foi desmentido por Carey, o que rendeu um vídeo muito engraçado, com mais um vexame do presidente fazendo sucesso na internet.
Duvido que esse negócio vá para a frente. Já é notório entre os cartolas do mundo todo o risco de grandes obras esportivas no Brasil, pelo que já aconteceu com as Olimpíadas e com a Copa do Mundo, duas encrencas que ocorreram também no Rio. Nesta associação com políticos brasileiros existe o perigo grave da desmoralização internacional, mas a parceria pode acabar até dando cadeia.
Não é preciso se aprofundar na avaliação da condição atual do Rio de Janeiro, como de todo o Brasil, para apontar a falta de sentido prático do governador do Rio e de Bolsonaro no uso do dinheiro público. A proposta é tão absurda em meio à falência econômica do país e a permanente desgraça em que vive o Rio, que ambos caem imediatamente em suspeição.
A única justificativa para construir um autódromo no Rio hoje em dia seria para o uso do espaço para alojar desabrigados pelas chuvas, quando vier novamente aquele sofrimento de todo ano, quando se alagam moradias, comércio e indústria, encostas desabam, neste estado de calamidade que é o cotidiano de tantas cidades atualmente em nosso país.
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POR José Pires___________________
Imagem- O executivo da Fórmula 1 dá uma freada de 99% na animação de Bolsonaro
Foto de Walter Campanato, Agência Brasil
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