O efeito da renúncia do governador Aécio Neves à disputa da presidência da República pode ser bem avaliado dando uma passada de olhos na blogosfera petista. Os blogueiros chapas-brancas não gostaram nada do acontecimento. O lulo-petismo perdeu ser melhor adversário. Sabem que será duro enfrentar o governador José Serra e, caso ele seja eleito, as dificuldades seriam ainda maiores para uma composição política para preservar cargos e privilégios. Será duro viver sem o Estado dando guarida para variados negócios, inclusive “negócios” d’além mares.
Certas renúncias revelam uma altivez construtiva. Esta com certeza é uma delas. Alguém certamente já deve ter pensado "eis aí mais um serrista", pois está enganado. Meu negócio com o lulo-petismo é na base do que disse Winston Churchill sobre Hitler: se for para desmontar esta máquina nefasta, me alio até com o Diabo.
Tem blog até torcendo para que ele esteja agindo como o mineiro da anedota, que faz que está indo viajar para que pensem que ele não está indo viajar e ele possa, enfim, viajar de fato sem que ninguém saiba de antemão. Bem, quando os negócios particulares estão em risco a imaginação voa até no auto-engano que supostamente preserva de dores psicológicas.
Serra só ganha esta eleição fazendo crescer o sentimento contrário à continuidade. É o que parece estabelecido no eleitorado, que não quer ver ver mais do mesmo na presidência da República. Lula acreditava que poderia eleger até um poste. Escolheu um poste e o poste está lá, parado.
Parece que os eleitores querem mudar. E talvez vejam em Serra sinais de que, com ele, a hipótese de não desmontar a máquina sugadora implantada pelo lulo-petismo no Estado brasileiro é infinitamente menor do que seria com Aécio Neves.
O governador de Minas demonstra sempre que é um político de acordos, aberto inclusive à confrarias externas ao projeto tucano. Ou a qualquer projeto que tenha senso de equilíbrio, pois está até até com Ciro Gomes, o que em política é abraço de afogado. Quiça que ele tenha permanecido com índices menores na pesquisa exatamente por isso, por fazer concessões demais. É sempre uma esperança de que os brasileiros queiram desmontar esta patifaria que faz da política um instrumento de ajustes na preservação de privilégios o que faz mudar só o cabeça do sistema, que permanece exatamente o mesmo com seus PTs, PPs, PDTs, PTBs, PCdoBs dominados por caciques que só pensam em seus interesses.
Do episódio da renúncia de Aécio Neves ficam dois importantes textos, a carta dele e uma nota do governador José Serra, escrita como uma resposta ao gesto do colega e ao mesmo tempo um esclarecimento para a população sobre sua posição.
O governador de São Paulo é direto, bem claro como sempre. A nota é bem escrita e com certeza feita por ele. Serra irrita o lulo-petismo inclusive pela capacidade intelectual, por escrever bem. Epa, vão dizer novamente que sou "serrista". Mas não é nada disso. É apenas o reconhecimento de sua qualidade em uma área que me interessa muito.
Serra puxa da carta de Aécio Neves o alerta contra a semeadura da discórdia e do ressentimento, própria do lulo-petismo, uma corrente política perversa, instigadora e agressiva que faz o tempo todo o jogo de trabalhar com o drama econômico da nossa população, colocando brasileiros contra brasileiros e até “moradores de uma região contra moradores de outra região”, como lembra o governador paulista.
A carta de Aécio Neves parece ter sido feita a oito mãos, talvez mais, o que quase sempre dá mau resultado, independente da qualidade política ou intelectual do grupo. Juntem Hemingway, Faulkner e Saul Bellow para escreverem juntos e certamente teremos uma porcaria de texto.
Na carta do governador de Minas Gerais também soa mal, bem mal, um trecho que parece coisa da República Velha. É na finalização, quando ele escreve o seguinte: “E a Minas, sempre a Minas e aos mineiros, pela incomparável solidariedade”.
É interessante que os políticos mineiros não percebam que essa história de relacionarem seu estado como uma região política singular da Federação — com sua força unificada neste ou naquele projeto político — ao contrário do que eles parecem desejar acaba criando um efeito eleitoral ruim no resto do país.
Alguém pode imaginar um político paulista se referindo desse modo a seu estado? Nem pensar. Até porque o efeito eleitoral também não seria bom, pois brasileiro algum quer investir na idéia de que seu estado seja um simples vagão puxado por uma locomotiva. E isso me parece bom, pois por mais que nestes quase oito anos o projeto lulo-petista tenha se esforçado para esquartejar politicamente nosso território, no plano federal os brasileiros parecem seguir o rumo da unidade política. É algo para o grupo de Aécio neves pensar. Isso pode ser outro fator que impediu a candidatura avançar.
Mas temos aí dois documentos políticos importantes. Faço votos para que no conjunto eles sejam um reforço substancial para acabar com o domínio do lulo-petismo.
É claro que não poderíamos deixar de publicar em nosso Arquivo Implacável os dois documentos.
Certas renúncias revelam uma altivez construtiva. Esta com certeza é uma delas. Alguém certamente já deve ter pensado "eis aí mais um serrista", pois está enganado. Meu negócio com o lulo-petismo é na base do que disse Winston Churchill sobre Hitler: se for para desmontar esta máquina nefasta, me alio até com o Diabo.
Tem blog até torcendo para que ele esteja agindo como o mineiro da anedota, que faz que está indo viajar para que pensem que ele não está indo viajar e ele possa, enfim, viajar de fato sem que ninguém saiba de antemão. Bem, quando os negócios particulares estão em risco a imaginação voa até no auto-engano que supostamente preserva de dores psicológicas.
Serra só ganha esta eleição fazendo crescer o sentimento contrário à continuidade. É o que parece estabelecido no eleitorado, que não quer ver ver mais do mesmo na presidência da República. Lula acreditava que poderia eleger até um poste. Escolheu um poste e o poste está lá, parado.
Parece que os eleitores querem mudar. E talvez vejam em Serra sinais de que, com ele, a hipótese de não desmontar a máquina sugadora implantada pelo lulo-petismo no Estado brasileiro é infinitamente menor do que seria com Aécio Neves.
O governador de Minas demonstra sempre que é um político de acordos, aberto inclusive à confrarias externas ao projeto tucano. Ou a qualquer projeto que tenha senso de equilíbrio, pois está até até com Ciro Gomes, o que em política é abraço de afogado. Quiça que ele tenha permanecido com índices menores na pesquisa exatamente por isso, por fazer concessões demais. É sempre uma esperança de que os brasileiros queiram desmontar esta patifaria que faz da política um instrumento de ajustes na preservação de privilégios o que faz mudar só o cabeça do sistema, que permanece exatamente o mesmo com seus PTs, PPs, PDTs, PTBs, PCdoBs dominados por caciques que só pensam em seus interesses.
Do episódio da renúncia de Aécio Neves ficam dois importantes textos, a carta dele e uma nota do governador José Serra, escrita como uma resposta ao gesto do colega e ao mesmo tempo um esclarecimento para a população sobre sua posição.
O governador de São Paulo é direto, bem claro como sempre. A nota é bem escrita e com certeza feita por ele. Serra irrita o lulo-petismo inclusive pela capacidade intelectual, por escrever bem. Epa, vão dizer novamente que sou "serrista". Mas não é nada disso. É apenas o reconhecimento de sua qualidade em uma área que me interessa muito.
Serra puxa da carta de Aécio Neves o alerta contra a semeadura da discórdia e do ressentimento, própria do lulo-petismo, uma corrente política perversa, instigadora e agressiva que faz o tempo todo o jogo de trabalhar com o drama econômico da nossa população, colocando brasileiros contra brasileiros e até “moradores de uma região contra moradores de outra região”, como lembra o governador paulista.
A carta de Aécio Neves parece ter sido feita a oito mãos, talvez mais, o que quase sempre dá mau resultado, independente da qualidade política ou intelectual do grupo. Juntem Hemingway, Faulkner e Saul Bellow para escreverem juntos e certamente teremos uma porcaria de texto.
Na carta do governador de Minas Gerais também soa mal, bem mal, um trecho que parece coisa da República Velha. É na finalização, quando ele escreve o seguinte: “E a Minas, sempre a Minas e aos mineiros, pela incomparável solidariedade”.
É interessante que os políticos mineiros não percebam que essa história de relacionarem seu estado como uma região política singular da Federação — com sua força unificada neste ou naquele projeto político — ao contrário do que eles parecem desejar acaba criando um efeito eleitoral ruim no resto do país.
Alguém pode imaginar um político paulista se referindo desse modo a seu estado? Nem pensar. Até porque o efeito eleitoral também não seria bom, pois brasileiro algum quer investir na idéia de que seu estado seja um simples vagão puxado por uma locomotiva. E isso me parece bom, pois por mais que nestes quase oito anos o projeto lulo-petista tenha se esforçado para esquartejar politicamente nosso território, no plano federal os brasileiros parecem seguir o rumo da unidade política. É algo para o grupo de Aécio neves pensar. Isso pode ser outro fator que impediu a candidatura avançar.
Mas temos aí dois documentos políticos importantes. Faço votos para que no conjunto eles sejam um reforço substancial para acabar com o domínio do lulo-petismo.
É claro que não poderíamos deixar de publicar em nosso Arquivo Implacável os dois documentos.
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