segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Panetone agregador

O escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal já serviu para uma coisa: tirou o deputado e presidente do DEM, Rodrigo Maia, do pé do governador José Serra. O filho do ex-prefeito César Maia andava rigoroso com Serra, de quem exigia mais atitude, assumindo de vez a candidatura a presidente. Há dias que o deputado não palpita na eleição presidencial.

O governador de Brasília, José Roberto Arruda, acusado de ser chefe da quadrilha e flagrado recebendo um pacote de dinheiro, inseriu uma palavra nova ao vocabulário político. Deve servir pelo menos para tornar mais galhofeiro o Natal deste ano. Panetone já não é mais só para comer nesta época. Hoje é uma desculpa para escapar de flagrante.

E vem daí o silêncio de Maia no debate sobre a candidatura tucana. Engasgou com panetone. O governador José Roberto Arruda, chefe do esquema de Brasília, tem muito de "agregador", qualidade que Maia lamentava não ser mais forte em Serra.

Os vídeos da corrupção, que correm a internet e já batem recordes de exibição no Youtube mostram como é forte o fator de agregação no governo brasiliense. Até Arruda aparece embolsando um maço notas de cem reais.

O presidente do DEM é amigo de Arruda e fez indicações para seu governo. Ele também é amicíssimo do publicitário Paulo César Roxo Ramos, acusado de ser um dos operadores do esquema. Ramos é tão chegado de Maia que quando foi divulgado o primeiro vídeo sobre a corrupção correu para contar para ele.

Tão cedo Maia não terá tempo na agenda para discutir agenda de eleição presidencial. E com o caso de seu amigo Arruda, de Brasília, a palavra "agregador" até pode ser usada em eleições, mas existe sempre o risco do eleitor ligá-la à palavra panetone.
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POR José Pires

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