sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Cesar o que é de Cesar, menos panetone

Já elogiei aqui a capacidade de análise politica do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, demonstrada por ele no correio eletrônico enviado todos os dias pela internet. Maia escreve textos de uma qualidade ímpar, ainda mais considerando que nesta área do pensamento os políticos brasileiros só pensam mesmo é em poder. É difícil encontrar algum com pensamento de qualidade, mais raro ainda achar aquele que saiba expressar bem em forma de texto o que lhe vai pela cabeça.

Cesar Maia faz isso muito bem. Algumas de suas análises, nas quais ele insere inclusive conteúdo extraído do que lê na imprensa ou em livros, o que abre um amplo leque de pesquisas, são de ir para o arquivo.

Pois é exatamente por tamanha qualidade que ando decepcionado. Ele poderia trazer muita informação e conhecimento ao debate instalado com a descoberta da corrupção do governador José Roberto Arruda, seu companheiro do DEM até há pouco, partido que o elegeu e lhe deu sustentação nacional até o escândalo conhecido pelo símbolo do panetone.

O assunto rende. Partido político é igual panetone. A imagem do produto é bastante importante, a textura da massa, sua cor. Até mesmo a embalagem de papelão pesa bastante no conceito público. Mas o importante mesmo é na hora de engolir. O que vale é o conteúdo.

O partido de Maia mudou de PFL para DEM, deu uma modernizada no leiaute, mas não meteu a mão na massa para melhorar o conteúdo. Deu no escândalo do Arruda, que é o do panetone. Então aí está o DEM. Parece um Bauducco, mas na hora de mastigar tem aquele gosto e a textura de pão dormido. Ou é igual comer o pão que o demo amassou, pois a gente não é de perder trocadilho.

Fico aqui de butuca e abro todo dia o e-mail do Cesar Maia esperando uma boa análise sobre isso e nada. O fato está até ficando para trás. É decepcionante ver um analista tão arguto perdendo um assuntão deste.

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