quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A multiplicadora de aeroportos

Os ares europeus deram uma animada na presidente Dilma Rousseff. Longe do mensalão, da Rosemary, do Marcos Valério e de tantas outras encrencas nativas a petista está mandando ver. Depois de dar lições econômicas aos líderes europeus sobre como eles devem enfrentar a crise que assola toda a Europa ela disse hoje que vai construir 800 aeroportos regionais no Brasil. Isso mesmo, desculpem por eu ter dado a notícia antes de saber se vocês estavam sentados, mas Dilma afirmou que vai construir 800 aeroportos, conforme vocês podem ver na matéria que o El País deu em seu site hoje à tarde. O jornal espanhol ainda informa que Dilma disse que vai fazer oitocentos “o más”. Ou seja, podem até ultrapassar esta meta. Pra facilitar o trabalho do marqueteiro 813 eu acho um número bom de aeroportos construídos.

Vou repassar uma fala dela publicada pelo jornal: "Brasil es un país continental, no sólo tiene ferrocarriles. Y hay gente en Brasil que no pueden moverse en avión. Queremos que todas las ciudades con más de 100.000 habitantes tengan acceso a un aeropuerto que esté a una distancia máxima de 50 o 60 kilómetros del centro".

Estes nossos dirigentes vão pra fora do país e soltam lorotas desse tipo. O europeu que vê a presidente do Brasil falando em ”ferrocarriles” deve pensar que o nosso país é todo cortado de ferrovias, facilitando a vida do brasileiro que pode se locomover de trem com toda a tranquilidade entre uma cidade e outra. E não temos esse tipo de transporte nem para viagens entre as capitais. E nem vou me aprofundar no estado precário das nossas rodovias, principalmente as que estão sob a administração do governo federal, pois todo mundo já sabe como é que é.

Com o partido de Dilma no poder há doze anos o Brasil está envolvido em um caos na aviação civil. Viajar de avião hoje é um tormento para o brasileiro e também um risco de vida. Aeroportos de regiões importantes do país não possuem nem instrumentos básicos, como o ILS que serve para orientar o avião durante a descida. Por isso ficam abertos só se o tempo ajudar. E vem agora a presidente falar em 800 aeroportos novos. Não soube de nenhum jornalista que tenha perguntado a ela se antes dos oitocentos vão fazer funcionar os que já existem.

Como Dilma já completou a metade de seu governo, ela terá de se apressar. A conta é fácil. A segunda metade inteira não chega a 800 dias. Então ela terá de queimar etapas para poder inaugurar pelo menos um aeroporto por dia e tirar uns finais de semana para inaugurar pelo menos meia dúzia.
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POR José Pires

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