O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi o último a saber do
resultado da operação Porto Seguro, feita pela Polícia Federal e que
pegou Rosemary Noronha à frente de um esquema de fraudes centralizado no
escritório da Presidência da República
que ela chefiava em São Paulo. Rosemary foi colocada neste cargo pelo
ex-presidente Lula e soube-se depois que ela também era sua amante.
Ainda
não se tem a confirmação de Cardozo se ele sabia ao menos do caso
extra-conjugal do chefão petista. O ministro da Justiça é um dos íntimos
do círculo mais restrito do poder petista. Ele foi coordenador da
campanha de Dilma Rousseff e era um dos chamados “Três porquinhos”, o
trio que ficava mais perto de Dilma para que ela não fizesse nenhuma
bobagem. Da trinca poderosa hoje só resta oficialmente na ativa o
ministro. Antonio Palocci caiu por corrupção e José Eduardo Dutra ficou
abilolado logo depois da vitória de Dilma e teve que se afastar da
presidência nacional do PT que então ocupava. Pegou um cargo bem pago no
governo mas sem importância, mas hoje só se ouve falar de seu nome
quando ele escreve alguma besteira no Twitter.
Na
semana deste escândalo por pouco não foi extinto o grupo dos “Três
porquinhos”. Cardozo quase caiu do cargo. Às oito horas da manhã a
presidente ficou sabendo que em São Paulo a casa havia caído no
escritório da sua Presidência. Mas só conseguiu falar com o ministro da
Justiça duas horas depois após insistir muito em seu celular. E ele não
sabia de nada.
Para
mim, o ministro só não foi demitido para não dar mais tempero em uma
crise que esteve aconchegada entre os lençóis do ex-presidente Lula,
passando, é claro, pela cozinha da sua primeira-dama, Marisa. Mas já
ficou bambo no cargo.
O
ministro é incompetente e para saber disso nem precisava aparecer um
escândalo com este. A falência do ministério da Justiça está muito bem
expressa pela violência assustadora em todo o país. Até em cidades
médias ficou perigoso andar pelas ruas depois do pôr-do-sol, num clima
de Idade Média em que os caminhos do brasileiro são atravessados por
criminosos e salteadores. E como já sabemos muito bem, também os cofres
públicos sofrem a ameaça até de quem guarda as chaves.
Nâo
que o ministro não se esforce. O problema é que ele cuida de afazeres
que estão mais para advogado de defesa de criminoso. Foi bastante ativo
durante o julgamento do mensalão pelo STF, mas não na defesa do Estado
que foi assaltado pelos mensaleiros. Ele tentou até apelar para o
coração dos ministros do STF para evitar a prisão de mensaleiros, quando
disse que que preferia a morte a cumprir pena em presídio brasileiro.
Na
crise que atingiu o escritório da Presidência em São Paulo ele também
passou a agir de forma esquizofrênica se formos analisar o caso por
padrões de moralidade pública. Logo que foi avisado por Dilma de que a
casa havia caído em São Paulo começou a fazer um lobby em defesa dos
acusados das fraudes, procurando blindar especialmente Rosemary Noronha.
Passou a semana passada inteira em contato com parlamentares do
governo, cuidando da blindagem de Rosemary no Senado. Coisas do PT: a
PF, que estourou o esquema de fraudes, é subordinada ao ministro, mas
ele age para defender a acusada dos crimes.
Nesta
nova treta do governo do PT, que agora tem até traição conjugal do
ex-presidente no seu infindável enredo de corrupção, o ministro da
Justiça é um dos últimos saber e é até melhor que ele fique na
ignorância. Na forma de governo instalada pelo PT é melhor que uma
investigação em defesa do Estado não tenha o conhecimento do ministro da
Justiça até de ser concluída. Senão ela pode nem começar.
.....................
POR José Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário