segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Leonardo Boff, o cabo eleitoral do PT no ataque a Marina Silva

O PT montou uma máquina de dar cacetadas nos outros que pode acabar levando o partido à situação de chegar um dia em que não terá mais com quem dialogar. A quantidade de vítimas já é demais. Os companheiros pegam pesado e não poupam nem quem já esteve bastante tempo ao lado do governo ou mesmo com um peso histórico na esquerda brasileira. Isso é o que vem acontecendo agora com a candidata Marina Silva, que teve presença destacada como ministra nos dois mandatos de Lula, sendo inclusive do círculo de amizades mais próximas do ex-presidente.

E nem com ela estão tendo contemplação. É até constrangedor esse hábito petista de lançar uns contra os outros. Hoje em dia vemos tratando Marina com um ódio impressionante muitos petistas que mostravam até carinho por ela. Uma dessas figuras lamentáveis é Leonardo Boff. Ele sempre pareceu amigo dela. O ex-frei teve até uma participação importante no início da carreira de Marina, quando no Acre dava cursos sobre política. Como religioso, Boff era partidário da Teologia da Libertação e junto com um irmão, o frei Clodovis, levava esse tipo de ensinamento à vários lugares.

Boff teve uma ligação pessoal com Marina também no governo Lula, quando ele se aproximou da luta ambientalista. Depois que saiu da igreja ele começou inclusive a fazer em seus artigos uma mistura da linguagem religiosa com a ecologia, criando imagens e metáforas espirituais sobre o meio ambiente. Na minha opinião, saiam uns textos ao estilo do samba do crioulo doido (neste caso, do frei doido), que soavam como forçação de barra na tentativa de criar um estilo próprio para falar de ecologia. Mas fiquemos na relação entre Boff e Marina, que depois dela tornar-se candidata virou um conflito criado exclusivamente por Boff.

Ele tem falado coisas sobre Marina cujo único sentido é o de atingir a imagem dela como candidata. É ataque eleitoral sem nenhum embasamento teórico e com muitas mentiras que nada tem a ver com o que realmente a candidata do PSB vem apresentando como projeto político. Dizer, por exemplo, que a candidata "acolheu plenamente o receituário neoliberal", é uma mentira que parece ter sido soprada por um marqueteiro. Muito do que ele vem falando vai ao encontro do que o PT já vem expondo agressivamente na internet e Boff sabe muito bem que seus ataques servem como reforço dessa munição indecente usada com o propósito de anular qualquer adversário, para que Dilma Rousseff se reeleja.

Numa das entrevistas que deu sobre este novo assunto que usa para suas prédicas pretensamente filosóficas ele disse o seguinte: "O Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus à qual Marina pertence, é o seu Papa. O Papa falou, ela, fundamentalisticamente obedece, pois vê nisso a vontade de Deus". Uma coisa dessas vinda de um homem que já foi frei é de uma indecência terrível, ainda mais porque todos sabem (e Boff também) que isso é apenas uma maldade a mais sobre a opção religiosa da candidata. Na verdade, em relação a equívocos de Marina quanto à religião a parcela de responsabilidade de Boff é sem dúvida muito maior que a de Malafaia.


O ex-frei vem dizendo uma porção de absurdos sobre Marina. São afirmações muito agressivas, que chocam ainda mais pelo fato de ele ter passado a fazer isso só depois que ela tornou-se uma ameaça eleitoral ao PT. Numa entrevista para um blog governista, Boff chegou a dizer que "os pobres perderam uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora". É linguagem de marqueteiro sem vergonha, não é mesmo? E isso é ainda pior porque saiu da boca de um homem que vem usando há muitas décadas a religião a serviço de uma política esquerdista, ajudando a fortalecer o projeto de poder do PT, este sim ao lado dos opulentos. Boff finge que é filósofo, com sua retórica com ares de sermão religioso, mas nada mais é que um militante petista. Em toda eleição ele sai pelo país afora em campanha para o PT. E faz isso ao lado de companhias comprometedoras. Na imagem que publico ele faz campanha eleitoral para Dilma no Paraná, em 2010, tendo ao lado seu companheiro de então, o deputado André Vargas. A foto é de uma reunião de Boff feita exclusivamente com lideranças petistas no Paraná.
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POR José Pires

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Imagem- Boff e o deputado André Vargas, numa foto que não é casual. Boff fazia então uma reunião no Paraná com lideranças petistas. Repare no botton de Dilma no lado direito do peito do ex-frei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Surpresa alguma. Boff se presta a este tipo de coisa. A Boff o que é próprio de Leonardo e a DEUS o que é de DEUS.