Em tempos de debate sobre currículos, o site G1 revelou que o currículo do ministro Marco Aurélio de Mello já tem pelo menos 79 presos que ele soltou baseando-se na mesma lei que favoreceu André do Rap. Como o levantamento conta apenas decisões publicadas pelo STF, excluindo processos em segredo de justiça, muito mais delinquentes podem ter sido liberados pelo ministro, mesmo porque como demonstra a rapidez com que soltou o perigoso narcotraficante, sua produtividade é enorme e ele parece ter apreciado bastante o artigo colocado traiçoeiramente no pacote anticrime. No generoso lote de habeas corpus, descobriu-se que havia até acusados por homicídio qualificado e tentativa de feminicídio.
Como se sabe, para soltar o chefe do PCC, o ministro do STF usou a lei sancionada por Jair Bolsonaro. Esse artigo que permite a soltura de bandidos foi um dos que Sergio Moro pediu que o presidente vetasse no pacote anticrime, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça. Bolsonaro sancionou mesmo com o aviso.
O presidente não aceitou o alerta de Moro, que teve seu projeto deformado pela Câmara dos Deputados, com emendas como essa que permitiu soltar um bandido que já tinha duas condenações em segunda instância, outra bandeira política do ex-juiz federal. Se os deputados tivessem votado esta lei, André do Rap jamais sairia da cadeia.
E o ex-presidente Lula também não teria saído de lá se a lei não tivesse sido derrubada pelo STF por 6 a 5, em novembro do ano passado, claro que com voto de Marco Aurélio para acabar com um dos maiores medos dos corruptos deste nosso Brasil.
Este é um dos resultados nefastos do ataque pesado do PT à Operação Lava Jato e toda a campanha da esquerda que atingiu todo o país e teve até ações internacionais, para impedir o ritmo de maior rigor na aplicação da lei, que complicava a atuação dos corruptos neste país.
Com o plano orquestrado politicamente para libertar o chefão do PT e limpar sua imagem, criou-se um clima de pressão, com o achincalhamento do Judiciário e um ataque agressivo ao Ministério Público, que teve até procuradores e outras autoridades públicas com celulares invadidos por hackers
Mesmo que não fizesse parte do plano de soltar Lula e limpar sua ficha criminal, seria inevitável o efeito também na facilitação para criminosos comuns se safarem de punição, além dos artifícios absurdos criarem um clima de estímulo para os abusos da bandidagem.
Já faz tempo que venho apontando aqui que este seria um resultado perigoso do tal do “Lula livre!”, lembrando que as leis que a esquerda quer desmontar não são apenas para corruptos da política.
As mulheres da esquerda — muito descoladas com suas camisetas exaltando Lula e exigindo os culpados pela morte de Marielle Franco — que prestem atenção à soltura pelo ministro Marco Aurélio de acusados de homicídio qualificado e tentativa de feminicídio.
Não tem como estabelecer a justiça, se não for implantada a prisão em segunda instância — que não existe apenas no Brasil — e outras leis que punam o crime e atemorizem os violentos.
Não dá para ter bandido de estimação, privilegiando gente da esquerda com o status de perseguidos políticos, quando se trata apenas de ladrões do dinheiro público.
Essa história de “Lula livre!” acaba em “Chefão do PCC livre!”, com os benefícios estendendo-se também aos maiores salafrários da política brasileira, como é o objetivo do plano que agora junta a esquerda chefiada por Lula ao que há de pior no Congresso Nacional e que recebe também a adesão de Jair Bolsonaro e família.
O desmonte das leis obrigatoriamente exige um pacote, que acaba sendo completo, favorecendo corruptos de esquerda e de outras linhas políticas, tendo que servir também ao crime organizado. Para quem deseja apenas lacrar, aderindo a um marketing político de gente descolada que gosta de usar camisetas pretensamente criativas, pode ser que assim esteja muito bem. Pelo menos até virar vítima de sua própria idiotice.
Não é desse jeito que querem os que lutam para que a justiça se estabeleça de fato neste país, sem favorecimento para criminoso algum, não admitindo que se faça diferença entre bandidos da política e qualquer outro tipo de criminoso.
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POR José Pires
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