Um dos senadores mais conhecidos do país, ex-governador, liderança nacional de destaque, diz em entrevista à mais antiga revista brasileira de informação e a de maior tiragem que seu partido se especializou em corrupção. Então o que vai acontecer?
Já aconteceu: nada. A Veja até tentou fazer um paralelo entre esta entrevista e a de Pedro Collor, irmão do presidente Collor. Dezenove semanas depois da entrevista do irmão, conforme a soma da própria revista, Collor caiu.
O editor faz a relação entre Jarbas Vasconcelos e Pedro Collor como uma referência ao peso, ou suposto peso, dos dois depoimentos, cada um em sua época. No final, ele ainda aconselha o Brasil a “acompanhar de muito perto o desenrolar do depoimento do senador a Veja”. O final chega a ser constrangedor. Lá vai, na íntegra: “Ele [o depoimento] tem tudo para ser o motor de um profundo e histórico processo de limpeza da vida pública brasileira”.
Não porque o editora da revista deseja, claro, mas porque é nossa obrigação, acompanhamos o desenrolar e já estamos vendo no que vai dar. Em nada.
Será que os profissionais da Veja pensam que a queda de Fernando Collor foi causada pelo desabrochar da alma cívica do brasileiro? Espero que não. Seria melhor para a credibilidade da revista que figuras de linguagem como esse “motor profundo e histórico processo da vida pública brasileira” fossem consideradas um resultado da necessidade premente de encher páginas e páginas toda semana.
Quem é profissional sabe que isso pode fazer qualquer um, por cansaço ou enfado, escrever uma besteira ou outra. Mas, de qualquer forma, soa como imaturidade a revista acreditar que pode haver alguma movimentação pela ética só porque uma das figuras mais significativas do PMDB diz que seu partido está tomado pela corrupção.
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POR José Pires
Já aconteceu: nada. A Veja até tentou fazer um paralelo entre esta entrevista e a de Pedro Collor, irmão do presidente Collor. Dezenove semanas depois da entrevista do irmão, conforme a soma da própria revista, Collor caiu.
O editor faz a relação entre Jarbas Vasconcelos e Pedro Collor como uma referência ao peso, ou suposto peso, dos dois depoimentos, cada um em sua época. No final, ele ainda aconselha o Brasil a “acompanhar de muito perto o desenrolar do depoimento do senador a Veja”. O final chega a ser constrangedor. Lá vai, na íntegra: “Ele [o depoimento] tem tudo para ser o motor de um profundo e histórico processo de limpeza da vida pública brasileira”.
Não porque o editora da revista deseja, claro, mas porque é nossa obrigação, acompanhamos o desenrolar e já estamos vendo no que vai dar. Em nada.
Será que os profissionais da Veja pensam que a queda de Fernando Collor foi causada pelo desabrochar da alma cívica do brasileiro? Espero que não. Seria melhor para a credibilidade da revista que figuras de linguagem como esse “motor profundo e histórico processo da vida pública brasileira” fossem consideradas um resultado da necessidade premente de encher páginas e páginas toda semana.
Quem é profissional sabe que isso pode fazer qualquer um, por cansaço ou enfado, escrever uma besteira ou outra. Mas, de qualquer forma, soa como imaturidade a revista acreditar que pode haver alguma movimentação pela ética só porque uma das figuras mais significativas do PMDB diz que seu partido está tomado pela corrupção.
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