quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desde as Diretas Já eles aprontam contra os democratas

A busca da satanização do adversário pelos petista não é nova e os tucanos sabem muito bem disso. Para o petista não existe debate político com objetivos que estejam acima do interesse partidário e nisso pesa muito a raiz histórica leninista de muitos que hoje dominam a máquina partidária. E por mais que ele fiquem irritados em público com esta explicação, é sabido que reservadamente bate até um orgulho com a analogia entre o método local e a ideologia forjada pelo mestre político russo a partir do marxismo.

O petista vai de cabeça em suas ações. E não falo do pensamento, mas da cabeça como arma de guerra, um aríete usado para abalar o adversário. E é claro que dessa forma a cabeça não pode pensar em agir com equilíbrio e cautela, mesmo em situações arriscadas para o país.

Temos muitos exemplos históricos. Não é de hoje que eles atrapalham. Na campanha das "Diretas Já", por exemplo, os petistas se juntavam em grupos para vaiar nas manifestações as lideranças que não pensavam de acordo com eles.

Outra situação exemplar é a da disputa entre Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros, pela prefeitura paulistana em 1985. Era a primeira eleição direta nas capitais após muitos anos com prefeitos nomeados pela Ditadura Militar.

Havia naquele momento uma clara possibilidade de retrocesso na abertura política, mas os petistas não davam bola para o risco. Naquela eleição Fernando Henrique foi acusado de ser ateu e até de fumar maconha. Mas o PT até gostou dessas sujeiras que vinha da campanha janista.

O curioso é que o ateísmo e a maconha era uma discussão muito mais ligada aos meiors petistas, mas eles não fizeram nenhuma interferência denunciando o jogo sujo de Jânio Quadros. Ao contrário, batiam apenas nos tucanos.

O candidato petista era Eduardo Suplicy, que até apareceu em um debate com uma tartaruga que ficou famosa na história das campanhas políticas. Nunca mais se ouviu falar dessa tartaruga. Suplicy deve ter perdido ela. A argumentação do PT era a de que Jânio não representava risco algum para o processo político, o que foi desmentido pelos caminhos abertos por sua vitória naquela eleição para a política feita com demagogia e sem nenhum respeito pela ética ou o bom senso.

E por falar nesta eleição, na época o recém-criado Datafolha afirmava que o eleito era Fernando Henrique Cardoso. Insistiram neste erro até nas pesquisas de boca de urna, quando os erros são praticamente nulos. Mas isso é outra história. Voltemos ao DNA petista.

Este DNA dominou sempre a ação dos petistas e influiu de forma decisiva inclusive nas disputas internas do partido, que foi aos poucos eliminando pessoas decentes e grupos preocupados realmente com transformações de qualidade na política brasileira.

O poder quase total acabou ficando nas mãos do grupo que tem o deputado cassado José Dirceu como chefe de alta importância e que hoje tem o domínio sobre a candidatura de Dilma Rousseff.
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POR José Pires

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