Quando falta o bom senso, uma questão que já não é boa pode ser piorada bastante. É o que vem acontecendo com a repercussão das relações entre o governo brasileiro e o Irã, tornadas estranhamente fraternas pelo presidente Lula. O olho no olho com o iraniano Ahmadinejad constribuiu para meter o Brasil em encrencas que a habilidade do Itamaraty vinha até agora conseguindo manter longe de nós.
Nesta semana a amizade petista com Ahmadinejad criou compicações até nas relações do Brasil com Holywood. "Lula, o filho do Brasil", o abacaxi criado a partir da história da vida de Lula ficou de fora da disputa do Oscar de filme estrangeiro, depois de ter sido incluído entre os pré-selecionados de maneira evidentemente marota. É claro que a mão do governo do PT teve um peso danado para que a comissão do Ministério da Cultura e pela Academia Brasileira de Cinema tentasse encaixar o filme na disputa.
Falando nisso, escrevi sobre o assunto abaixo e não publiquei o nome dos integrantes da comissão que indicou o filme por unanimidade. Aqui está: Cássio Henrique Starling Carlos, Clélia Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia, Jean Claude Bernadet, Leon Cakoff, Márcia Lellis de Souza Amaral, Mariza Leão e Roberto Farias.
Mas a inexplicável atitude da comissão brasileira bateu no bom senso de uma comissão maior. O filme ficou fora do Oscar de filme estrengeiro. No Brasil, "Lula, o filho do Brasil" foi um fracasso de crítica e também pifou na bilheterias, mesmo com esquemas de venda de pacotes de ingressos para empresas e sidicatos. Até agora não chegou a um milhão, quando esperavam cinco milhões de espectadores.
O filme é ruím. Uma peça de propaganda que estava incluída inclusive no roteiro eleitoral bolado pelos marqueteiros do governo petista para favorecer a candidata de Lula, mas até nisso o filme gorou. Não houve o encanto popular esperado para dar o impulso ao culto à personalidade de Lula.
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POR José Pires
Nesta semana a amizade petista com Ahmadinejad criou compicações até nas relações do Brasil com Holywood. "Lula, o filho do Brasil", o abacaxi criado a partir da história da vida de Lula ficou de fora da disputa do Oscar de filme estrangeiro, depois de ter sido incluído entre os pré-selecionados de maneira evidentemente marota. É claro que a mão do governo do PT teve um peso danado para que a comissão do Ministério da Cultura e pela Academia Brasileira de Cinema tentasse encaixar o filme na disputa.
Falando nisso, escrevi sobre o assunto abaixo e não publiquei o nome dos integrantes da comissão que indicou o filme por unanimidade. Aqui está: Cássio Henrique Starling Carlos, Clélia Bessa, Elisa Tolomelli, Frederico Hermann Barbosa Maia, Jean Claude Bernadet, Leon Cakoff, Márcia Lellis de Souza Amaral, Mariza Leão e Roberto Farias.
Mas a inexplicável atitude da comissão brasileira bateu no bom senso de uma comissão maior. O filme ficou fora do Oscar de filme estrengeiro. No Brasil, "Lula, o filho do Brasil" foi um fracasso de crítica e também pifou na bilheterias, mesmo com esquemas de venda de pacotes de ingressos para empresas e sidicatos. Até agora não chegou a um milhão, quando esperavam cinco milhões de espectadores.
O filme é ruím. Uma peça de propaganda que estava incluída inclusive no roteiro eleitoral bolado pelos marqueteiros do governo petista para favorecer a candidata de Lula, mas até nisso o filme gorou. Não houve o encanto popular esperado para dar o impulso ao culto à personalidade de Lula.
Fora do Oscar por causa do olho no olho?
Mas onde é que entra o Irã nisso? Já havia entrado há meses. Em julho do ano passado, Paulo Barreto, irmão do diretor e também produtora do filme, disse que estavam tendo dificuldade para exibir o filme nos Estados Unidos por causa da visita do presidente Lula ao irã. Numa reportagem da Folha de S. Paulo, Paula Barreto disse o seguinte: “O distribuidor é judeu e nos disse que era inviável exibir o filme num cinema onde a maioria do público é de judeus”.
À parte a afirmação tola de que o público de cinema nos Estados Unidos é composto em sua maioria de judeus, a fala de Paula Barreto já havia dado uma certa polêmica, bem restrita, é verdade, mas não menos grave pelo fato de suas declarações davam a entender que haveria um boicote judeu ao filme sobre Lula.
A idéia de que houve um boicote judeu é racista, além de não se apoiar em fato algum. Ao contrário, filmes que tocam em questões até bem delicadas para os judeus tem tido espaço de exibição garantidos nos Estados Unidos.
Mas não deixa de ser uma novidade pra defender filme ruim. Muito já se falou sobre as dificuldades da nossa indústria cinematográfica, inclusive com críticas aos Estados Unidos, algumas delas muito justas, mas é a primeira vez que alguém alega uma conspiração judaica para justificar a falta de sucesso de uma obra nacional.
Isso poderia ficar por aí, mas o problema é que com o filme do Lula fora do Oscar voltaram com essa conversa. Agora surge a história de que ele não foi selecionado para concorrer ao Oscar devido à “influência de produtores e distribuidores judeus”.
Essa conversa parece literatura barata de antissemitismo. Como o livro "Os Protocolos do Sião" é mesmo comprovadamente uma farsa, está aí um capítulo novo para exemplificar a maldade dos judeus: eles boicotam filmes brasileiros.
Representantes da comunidade judaica já estão se manifestando e com toda razão. Fatos históricos bem recentes mostram que o terror pode começar também dessa forma aparentemente só idiota. Osias Wurman, cônsul honorário de Israel, mandou uma nota para os jornais com o seguinte trecho: "Sou contra o uso da comunicação para criar "ídolos". A História não perdoa a idolatria. Covardia da fracassada produtora em atribuir aos judeus o destino desta obra induzida e sem qualidades para um Oscar. Nada a ver com Israel ou lobby judaico".
Não é preciso ser israelense para concordar com ele. Mas só faltava ao cinema brasileiro criar uma inimizade com a comunidade judaica dos Estados Unidos — que tem por certo grande influência intelectual por lá —, ainda mais por conta de uma tolice dessas em torno de um um filme de má-qualidade nos mais variados sentidos. Como ato de política cinematográfica, com certeza deixa bastante a desejar.
E isso sem contar que o envio desse abacaxi para a pré-seleção já tinha sido um ponto contra a nossa indústria cinematográfica. Foi uma manifestação de falta de seriedade técnica e política, que cresceu com esse problema novo provocado por falas preconceituosas. Isso ainda pode ir muito longe. Não é preciso acontecer um caso como o do WikiLeaks para sabermos que os gringos anotam tudo.
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POR José Pires
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