segunda-feira, 29 de outubro de 2018

A Folha de S. Paulo e suas mensagens furadas e sem provas

A Folha de S. Paulo publicou editorial neste domingo de eleição para presidente afirmando que “não está em guerra com Bolsonaro, ou qualquer candidato”. No texto, o jornal trata Bolsonaro como presidente eleito e reclama da falta da apresentação de propostas em sua campanha. A Folha reclama também de ataques de Bolsonaro ao jornal, acusado por ele de ser “o maior fake news do Brasil”, na fala em que o político ainda fez a lamentável ameaça de cortar verbas publicitárias do jornal.

Bem, não vou me estender aqui sobre minhas expectativas quando a um governo Bolsonaro no aspecto da democracia. Do ponto de vista pessoal, creio que Bolsonaro é capaz de se deixar levar com a maior satisfação por um impulso autoritário da sociedade brasileira ou de grupos políticos. Cabe às instituições e aos brasileiros impedir que se criem essas condições para um retrocesso, o que começa evidentemente em respeitá-lo como presidente eleito.

Mas vale apontar uma causa muito mais forte dessa rusga entre Bolsonaro e a Folha, que tem menos a ver com a liberdade de expressão do que com a atitude da maior gravidade do jornal, ao publicar a matéria sobre disseminação de fakes news contra o candidato petista Fernando Haddad. A matéria acusava empresários ligados ao candidato do PSL de investir milhões de reais para espalhar mensagens que beneficiariam Bolsonaro. No entanto, a denúncia jornalística tornou-se suspeita porque carecia de provas, sempre indispensável na imprensa, mas ainda mais em um assunto que poderia prejudicar uma candidatura em pleno período eleitoral.

O candidato do PT aproveitou a matéria para acusar Bolsonaro de crime eleitoral e pedir sua cassação, além de ter também falado em entrevistas na necessidade de pedir a prisão de empresários. Apoiada pela propaganda da campanha, a militância petista usou o tema. fazendo o conhecido furdunço na internet. Para uso político, a matéria da Folha teve cronometragem perfeita. Publicada 10 dias antes do dia da decisão do segundo turno, permitiu que a campanha de Haddad aproveitasse a denúncia inclusive para criar fatos novos, com interpelações oficiais do PT junto ao TSE e a entrada em cena de personalidades expressando sua indignação em debates e entrevistas, procurando atrair a simpatia do eleitorado para o candidato petista e ampliar suas alianças.

Quem é do ramo ficou à espera de verdadeiras provas no dia seguinte à publicação da matéria, mas até hoje a Folha não trouxe nada de novo respaldando a denúncia que mereceu manchete de lado a lado na primeira página. Pela sua suspeita parcialidade, esta matéria contra Bolsonaro merece ser colocada na história do jornal em paralelo à outra, trazendo um tema que era também do interesse do PT. Saiu publicada poucos dias antes do final do segundo mandato de Lula. Também recebeu destaque em manchete de capa. Na matéria, o jornal garantia que saindo da presidência, o chefão petista poderia escolher entre dois cargos internacionais importantes para dar continuidade à sua carreira. Os cargos seriam o de presidente do Banco Mundial ou de secretário-geral da ONU. Partindo apenas de meras especulações, a Folha afirmava que “para articular seu futuro” bastaria ao chefão do PT fazer um “mamãe-mandou-bater-neste-daqui”, escolhendo se iria para o Banco Mundial ou a ONU. Como se sabe, atualmente Lula está na prisão.
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POR José Pires

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