sábado, 13 de outubro de 2018

Os planos de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila para 2022

Todos devem lembrar que enquanto o PT usava a campanha eleitoral em favor dos interesses de Lula, toda sua liderança política e a militância repetiam a ladainha de que eleição sem Lula era golpe. Mantiveram essa bobagem até o limite do registro da candidatura, enquanto o PT mantinha a chapa de candidatos mais insólita que já existiu na história deste país: eram três candidatos, com Manuela D’Ávila, do PCdoB, no papel ridículo de vice do vice Fernando Haddad. Era uma farsa. Já se sabia que a condenação de Lula em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro impedia sua candidatura pela Lei da Ficha Limpa.

O discurso fraudulento de que eleição sem Lula era golpe se manteve até registrarem a chapa petista do modo que todos sabiam que era o único possível: com Haddad e Manuela D’Ávila. Os petistas repetiam a encenação estúpida feita durante todo o processo do impeachment, quando acusavam de forma idiota que aquilo era um golpe enquanto participavam do processo, usando com liberdade todos os recursos de defesa. Com a candidatura fake de Lula foi a mesma coisa, inclusive na finalização. Diziam que eleição sem Lula era um golpe e aí estão os hipócritas na disputa no segundo turno. É óbvio que se tivessem perdido no primeiro turno estariam gritando nas ruas que não houve democracia.

O PT especializou-se em jogar sujo e ao mesmo tempo se fazer de vítima. Os traiçoeiros já combinaram um discurso demonizando um provável governo de Bolsonaro, com uma conversa que lembra muitas outras patifarias do PT, que pode ter duas serventias. O argumento é que Bolsonaro não é comprometido com a democracia. Isso serve para o PT ganhar votos, mas caso o partido do Lula não vença a eleição, o discurso será usado com certeza para infernizar o país durante o governo Bolsonaro, em um confronto no estilo petista do “quanto pior, melhor”. Lembram que esses cretinos colocavam em dúvida se haveria eleição este ano? Parece inacreditável, mas agora dizem que se Bolsonaro for eleito não haverá eleição em 2022.

Esse argumento eleitoreiro, que já vem sendo repassado nas redes sociais pela militância petista, foi usado pela vice Manuela D’Ávila numa entrevista ao cantor Caetano Veloso. Caetano virou um marqueteiro banal. E Manuela, que está sempre brigando com jornalistas, ganhou o entrevistador de seus sonhos, do tipo que tem as perguntas prontas para suas respostas espertinhas, além dele ir intercalando elogios durante o papo. O vídeo da ONG petista Mídia Ninja corre pela internet. Num trecho, a vice de Haddad tenta conquistar Ciro Gomes, para que ele participe da campanha do PT.

Manuela tem como certa a presença de Ciro no palanque petista. “Acho que ele vai agir porque para ter eleição em 2022 tem que ter democracia”, ela disse, sem sequer ficar vermelha. Esta é a esquerda brasileira de sempre. Sem projeto sério e viável, sem coerência e sem respeito com os brasileiros. Não assumem suas responsabilidades pelo que acontece atualmente com o Brasil — inclusive o surgimento de uma direita forte —, mas já estão com um plano novo para lucrar com as complicações que sua incompetência e desonestidade podem criar no futuro.
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POR José Pires

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