quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O analista de Obama

Se a gente não conhecesse bem o presidente Lula, até poderíamos achar que foi a proximidade com o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi que o fez soltar a mais nova besteira sobre a eleição de Barack Obama, mas nós sabemos muito bem que o Supremo Apedeuta não carece de influência direta alguma para mandar ver suas bobagens.

Parece que Lula chamou para si a responsabilidade da análise sobre os significados da vitória do democrata e também da personalidade do presidente eleito. Não pára de falar sobre o assunto: virou o analista do Obama.

Lá na Itália, Lula disse que o seguinte: “Se Obama fracassar, a frustração será tão grande, que serão necessários muitos séculos para que um negro seja de novo eleito presidente dos Estados Unidos".

Bem, isso é serviço para a assessoria. Alguém podia explicar para o Lula que Obama não se elegeu porque é negro. Nem é preciso aprofundar muito, analisando, por exemplo com ele o significado do verbo “fracassar” − fracassar em quê e para quem, cara-pálida? −, basta esclarecer que não é por ser negro que Obama foi colocado na Casa Branca.

E depois que ele já estiver totalmente convencido, podiam também explicar-lhe outra coisa muito importante, um esclarecimento já com um certo atraso, coisa de mais de seis anos, mas , enfim, sempre é tempo para esse tipo de revelação: ele, Lula, também não foi eleito pelo fato de ser ex-metalúrgico.
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POR José Pires

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