terça-feira, 4 de novembro de 2008

Yes, eles têm nanicos

A atenção da mídia internacional fica concentrada no democrata Barack Obama e no republicano John McCain, mas outros candidatos também disputam as eleições norte-americanas. São vários nanicos, além dos dois poderosos de sempre.

O nanico mais destacado é Raplh Nader, independente como sempre e que, claro, está na luta. Nader ainda recebe alguma atenção da mídia norte-america, é convidado para programas de TV, dá entrevistas para jornais, mas quanto aos demais o silêncio é quase absoluto. Nader é aquele que tem o eterno agradecimento de George W. Bush, pois em 2000, colaborou para a derrota do democrata Al Gore com os 2% de votos que conquistou na Flórida.

Mas o partido de Bush também já teve seu “Ralph Nader”. Em 1992, Ross Perot deu uma mãozinha para Bill Clinton ao tirar votos do pai do Bush atual. O milionário teve 18,9% de votos e prejudicou bastante Bush pai em estados importantes.

Desta vez Perot não concorre, mas Nader está na parada, o que é sempre um risco para o Partido Democrata e uma satisfação para o Partido Republicano.

Ralph Nader, de certo modo, faz um papel semelhante ao do PT em seu nascedouro. Naqueles primeiros anos pós-ditadura o partido de Lula fazia um excelente serviço para a direita brasileira batendo firme nos democratas e poupando gente como Maluf. Em alguns lugares os petistas até tinham uma votação melhorzinha, tirando votos de candidatos melhores e mandando para o poder corruptos e capachos do regime militar.
Para lembrar só um desses rabos petistas presos em uma má atitude com a História, basta lembrar a disputa no Colégio Eleitoral, na primeira eleição que finalizou o período militar, em 1984, quando eles não votaram no candidato do setor democrático, Tancredo Neves, com o conseqüente favorecimento de Paulo Maluf, candidato (é difícil acreditar, mas era verdade) da ala mais extremista da Ditadura Militar.

Eram tempos do início da reconstrução da democracia e então os apaniguados do regime ainda detinham muito poder. O resultado, claro, era que gente como o Maluf tinha pelo país afora também esta vantagem – a forcinha do PT, que batia mais em quem estava do lado da defesa da democracia do que nos outros. Em um tempo em que a máquina da Ditadura Militar ainda estava bem azeitada para o uso eleitoral. Se alguém aí pensou em quinta-coluna, era mais ou menos este o papel petista. 

Para não ficar apenas nesta semelhança, a eleição norte-america tem até um Psol de lá, inclusive com um nome que dá em sigla igualzinha, e também um PV. O PV deles lançou uma mulher negra, Cynthia McKinney e o Partido Socialismo e Libertação (eu falei: dá em Psol) tem uma candidata fã do Che Guevara, a latina Gloria LaRiva.
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POR José Pires

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