sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Angola ao lado de mercenários pagos para a defesa de Kadahfi

Os petistas já devem estar com as barbas de molho com o que vem acontecendo na Líbia com o ditador Kadhafi, mas eles tem muitos motivos para preocupações com o que deve acontecer adiante em países importantes não só na política externa desenvolvida pelo governo Lula, mas até em negócios particulares de gente graúda ligada ao governo.

Agora aparece a notícia de que o governo angolano ajuda Kadhafi a defender sua ditadura, com oficiais angolanos comandando mercenários de várias nacionalidades contratados pelo ditador líbio.

Outro governo amigo do Brasil, ou melhor, do governo petista, a Venezuela, não escapará de uma boa influência do que ocorre na Líbia, seja qual for destino de Kadhafi. Hugo Chávez é próximo demais do ditador, daí que nem foi preciso alguém mandar um "por que no se callas!" para ele ficar bem caladinho. Por essa ninguém esperava, muito menos o venezuelano. Seu boliviarismo acabará sendo afetado por um acontecimento bem distante do continente latino-americano.

Mas, como eu disse, os conflitos na Líbia podem acabar batendo também na África. Um pouco antes de começar a revolta no Egito, Lula andou cascateando com os jornalistas sobre seu grande futuro político em terras africanas, onde pretendia exercitar suas notáveis habilidades. Essa eu gostaria de ver. Se o ex-presidente não tivesse a mania de se esconder quando estouram graves problemas que o envolvem mesmo que de forma indireta, ele poderia começar já o serviço. A enrascada em que está metido seu "amigo, irmão e líder", Kadhafi, já tem no meio um país africano muito próximo de Lula e seus companheiros.

Angola já está dando uma mão (bem pesada, por sinal) para Kadahfi. Quem deu a notícia foi o Página Um, um excelente blog de informações sobre assuntos da África, especialmente de países de língua portuguesa, colonizados no passado por Portugal.

O Página Um publicou a notícia hoje, há poucas horas atrás. O texto é de Orlando Castro, do blog Alto Hama. Castro afirma que o ditador Kadhafi tem recebido o apoio do governo de Angola na violenta repressão à oposição líbia e na defesa do ditador encarniçada para se manter no poder. Mercenários atiram em manifestantes. Usam inclusive ataques aéreos para atingir a oposição.

Por detrás desses mercenários está o governo de Angola. Oficiais angolanos estão na Líbia coordenando as operações que usam tropas de mercenários contratados por Kadhafi. Pilotos angolanos também substituem militares líbios que estão desertando e passando para a oposição. Segundo o Página Um, nesses ataques podem estar sendo usados até aviões angolanos.

Entretanto, as manifestações no Egito e a do povo líbio contra Kadhafi incentivou a oposição angolana a fazer algo parecido em Angola. Segundo o Página Um a manifestação está planejada para o dia 7 de março. A justificativa do protesto foi explicada dessa forma pelo jornalista Orlando Castro: "A idéia é mostrar ao dono do país, José Eduardo dos Santos, que mesmo de barriga vazia os angolanos continuam a ter cabeça, continuam a saber pensar". Ele acredita que se conseguirem realizar a manifestação "é mais do que certo que haverá mortes", porque o uso da força é uma constante no governo do MPLA.

Angola é governada há 32 anos por José Eduardo Santos. Em parte, este caráter ditatorial explica a solidariedade facinorosa com Kadhafi. O líbio está há 42 anos no poder. Angola saiu da colonização portuguesa com a esperança da implantação do socialismo e hoje os angolanos vivem uma situação de pobreza imensa e muita corrupção, depois de terem passado anos por uma guerra civil das mais violentas.

Vejam ao lado o angolano Santos com o colega Kadahfi. Quem está à sua esquerda é esse mesmo que você está pensado: o ditador Mubarak que foi há pouco despachado do poder. Como se vê, Santos é um estadista muito bem relacionado.

Quando manda angolanos para lutar ao lado de mercenários pagos para defender um ditador em terras estrangeiras, o dirigente angolano está também fazendo uma ironia histórica. Durante muitos anos o povo angolano sofreu horrores com mercenários ferozes pagos para conturbar o processo de independência de seu país.

Santos é o sucessor de Agostinho Neto, o lendário líder do MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola. Neto morreu em 1979, poucos anos depois da independência de Angola, que ocorreu em 1975. É claro que hoje o ditador José Eduardo Santos é um homem milionário, assim como estão ricos todos da camarilha que sustenta seu governo e que subiu ao poder usando o engodo da implantação do socialismo no país.

Quase quarenta anos depois da independência o povo angolano continua na pobreza, mas em volta do poder mantido há mais de três décadas com mão de ferro por Santos construíram-se muitas fortunas. Empreiteiras brasileiras fazem a festa no país. A Petrobrás também faz bons negócios lá. Angola também acende a ambição de muita gente do PT. Vejam esse trecho de um perfil de José Dirceu publicado recentemente na revista Piauí. Depois de ter de abandonar o cargo de ministro com o escândalo do mensalão e ser cassado, Dirceu virou lobista. Leiam: "No caminho até o hotel, ele [Dirceu] disse que pretende se dedicar a Angola. 'Meu interesse é infra-estrutura: rodovias, telefones, telecomunicações. Temos a vantagem do idioma, o know-how', afirmou".

É claro que Lula também já fez afagos em Santos, nas duas vezes em que visitou Angola quando era presidente. Ele é chegado num ditador africano. Nas vezes em que esteve em Angola, o petista não mencionou a palavra liberdade e também não falou nenhuma vez em democracia. E olha que não seria difícil mesmo para o Supremo Apedeuta. Em Angola falam uma língua muito parecida com a nossa.
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POR José Pires

Um comentário:

Anônimo disse...

LULA comparou os presos políticos cubanos ao PCC , pode isso ? JUMENTO!