sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Baixos instintos

Cuba acende os piores instintos da esquerda brasileira. Não é coisa à toa o vergonhoso ritual de beija-mão que Lula e a presidente Dilma Rousseff estão sempre fazendo com Fidel Castro. No futuro é provável que apareçam revelações sobre este domínio psicológico de um ditador falido sobre os petistas. É óbvio que vai além da ideologia. A submissão pública parece ser forçada por uma relação de bastidores que exerce um estranho controle sobre o PT. E isso se reflete também em acontecimentos nacionais.

No ano passado nós vimos o impressionante furor da esquerda com a visita da blogueira cubana Yoani Sánchez. A moça foi perseguida e atacada em todas as cidades onde esteve a convite de brasileiros. A militância criou uma situação absurda, pois assumiu um papel parecido com o dos Comitês de Defesa da Revolução, os “CDRs” que funcionam em Cuba como um instrumento do governo de vigilância e pressão política sobre a população. Os CDRs metem-se até na vida pessoal dos cubanos. Nos ataques feitos no Brasil à blogueira cubana a militância de esquerda chegou a gritar vivas a Fidel Castro. Agiam com o despropósito de tentar negar a um estrangeiro uma liberdade garantida a todos os brasileiros.

Agora temos outra vez a esquerda tentando rebaixar a nossa realidade política ao nível das piores ditaduras. Isso vem acontecendo no caso da médica cubana Ramona Rodríguez, que saiu do programa “Mais Médicos”. Os ataques são de uma baixeza lamentável. Este problema da médica cubana só existe em razão da condução totalmente equivocada que o governo Dilma deu a este programa de saúde. O governo do PT fechou a contratação dos trabalhadores cubanos diretamente com uma ditadura que não permite os mínimos direitos trabalhistas. E então o que seria uma simples demissão vira um caso político complicado e de repercussão internacional. Sim, porque o mundo está de olho neste acontecimento.

E a atuação da militância governista não tem ajudado nem um pouco a pelo menos atenuar o drama político. Mas é claro que num caso dessa importância o peso das cacetadas tem um controle de cima. Na internet eles já vinham atacando a médica cubana com agressividade. E nesta quinta-feira o PT fez de forma oficial uma baixaria inédita no Congresso Nacional. O deputado José Geraldo (PT-PA) foi à tribuna para falar da vida pessoal de Ramona Rodriguez. É um discurso para ficar na história política do partido. O petista falou sobre um namoro da médica cubana e disse também que ela toma umas cervejinhas. E essas coisas vêm logo do deputado de um partido que tem como autoridade máxima o Lula, que em bebericagens já foi notícia até no New York Times.

São os efeitos do antigo vício autoritário da esquerda, um defeito que Cuba estimula de uma forma incontrolável. A coisa é tão grave que até namoro entrou na polêmica do “Mais Médicos”. Chega ser engraçado, mas reações desse tipo exigem precaução. A necessidade de controle desse governo não tem limite nem do ridículo.
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Por José Pires

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