quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O PT com a mão na Constituição dos outros

O PT é conhecido por roubar obras dos outros, fazendo isso até com criações boicotadas por seus dirigentes e atacadas com ferocidade por seus militantes. Foi assim com o Bolsa Família e também com o Plano Real. Pois nesta quinta-feira os larápios passaram a mão em outra obra que se dependesse deles não existiria. Desta vez foi com a Constituição Brasileira que exerceram sua notória hipocrisia, em evento eleitoral promovido na tentativa de fazer deslanchar a candidatura empacada de Fernando Haddad.

Em evento com apoiadores da área do Direito, Haddad levantou para o alto um exemplar da Constituição Brasileira. E fez isso sem fazer nenhuma mea culpa. Toda vez que um petista se apoiar na Constituição, que fazem sempre exclusivamente em interesse próprio, é preciso lembrar que se dependesse do partido do Lula o Brasil não teria sequer terminado de redigir sua Constituição em 1988. Na época os petistas estavam na oposição e faziam política no estilo furibundo do “quanto pior, melhor”. Estavam ainda mais firmes   no seu projeto de muitos direitos e nenhum dever.

Durante os trabalhos da Constituinte, com uma bancada nanica de apenas 16 deputados o PT fez barulho demais. Apelou para intimidações, insuflou trabalhadores contra parlamentares de outros partidos, usou sindicatos e imprensa para atacar a reputação de políticos que buscavam o consenso. Muito tempo depois, no aniversário de 25 anos de promulgação da Carta, com o PT ainda no poder, Lula comentou a atitude de seu partido, afirmando que se os projetos apresentados pelo PT durante a Constituinte fossem aprovados o Brasil seria “certamente ingovernável”.

Na época, os petistas jogavam pesado, com a irresponsabilidade costumeira, sem nenhuma preocupação com a estabilidade política do país. O processo de democratização ainda estava no começo. Os militares haviam saído do poder apenas três anos antes. Derrotada nas suas tentativas de emplacar propostas radicais, a bancada petista — da qual Lula fazia parte como deputado — ameaçou não assinar a Constituição, como posso comprovar na imagem com o recorte do Jornal do Brasil, dos meus arquivos implacáveis.

A teimosia petista perdurou até o prazo final. O partido do Lula votou contra o projeto do relator, mas a contragosto acabou assinando a Carta. Se dependesse deles, vale repetir as palavras do chefão do PT, “o país seria certamente ingovernável”. A verdade histórica é que se petista tivesse vergonha não botava a mão na nossa Constituição.
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POR José Pires

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