segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Paulo Guedes, o "Posto Ipiranga" que não emplacou

O ministro Paulo Guedes não consegue ser aprovado nem em um simples teste de rua. Neste domingo ele passeava à tarde no calçadão do Leblon, no Rio de Janeiro, quando um grupo gritou para ele: “Que feio, hein ministro? Que vergonha!”. A notícia é da coluna de Ancelmo Gois, em O Globo.

As pessoas que interpelaram Guedes se referiam, claro, aos comentários absurdos dele sobre a aparência da primeira-dama francesa Brigitte Macron. De início, o ministro até que reagiu bem. Foi até as pessoas e disse “que foi muito feio”. “Na verdade, coisa de brasileiro”, ele justificou. No final da conversa, no entanto, Guedes ameaçou mais uma vez que caso seja muito questionado pode ir embora do governo.

“Na terceira abordagem como essa, eu largo tudo e vou embora. E aí vocês vão ver o que é bom, como é que fica”, ele disse. Parece até piada. Magnânimo, ele ainda dá uma chance ao povo brasileiro. Pode ser interpelado uma terceira  vez antes de pedir o boné. Outra coisa engraçada é que o ministro parece que acreditou mesmo na conversa de Jair Bolsonaro de que ele é um “Posto Ipiranga”.

Bem, até agora não apareceu a comprovação dessa qualidade máxima. Ao contrário, enquanto empresários e trabalhadores se desesperam com a falta de medidas de estímulo à economia e contra o desemprego, Guedes, até o momento, só conseguiu trazer a velha proposta de uma nova CPMF.

Outra conversa mole sua é esta justificativa de que o insulto feito a Brigitte Macron é “coisa de brasileiro”. Não é a primeira vez que ele vem com essa tolice, que acaba piorando a imagem do país no exterior. Fica parecendo que é uma prática nacional o comportamento que ele teve no dia em que em vez de “Posto Ipiranga” comportou-se como um puteiro de beira de estrada. É seu jeitão de consertar um erro cometendo outro. Na ajuda ao chefe chucro deu outra patada na mulher de Emmanuel Macron. E ainda diz que os brasileiros são assim mesmo.

Este é o velho Guedes, que impulsivamente se entregou durante a palestra, no meio de um chororô de que a imprensa se concentra em fatos menores. Absolutamente, não é algo menor um presidente da República postar um insulto à primeira-dama de um país estrangeiro, como também é muito grave um ministro repetir a grosseria.

Parece um método de se complicar cada vez mais. É a atitude de quem está sempre fazendo o conserto de forma errada. E não pode ter chamada sua atenção, senão ele vai embora. Mas sua grosseria só surpreendeu quem ainda acredita na história de que ele é um “Posto Ipiranga”. Considerando sua produtividade neste primeiro ano que já vai para o final, até Bolsonaro já deve estar duvidando dessa qualidade.
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POR José Pires


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Imagem- Foto de Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil

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