Eu falava ontem da extrema capacidade de Roberto Teixeira, o compadre generoso que cedeu uma casa para Lula morar de graça por quase dez anos. Teixeira faturou U$ US$ 5 milhões fazendo serviços de advocacia para a Varilog.
A oposição ou até mesmo os colunistas da Veja têm que concordar que um homem desses é de uma apacidade imensa. Deve ser um cara atarefado também, é claro. Mas mesmo com a trabalheira, Teixeira encontrou tempo para despachar com o presidente Lula no Palácio do planalto. Desde 2006, conta a Folha de S. Paulo de hoje, ele esteve lá pelo menos seis vezes em encontros não divulgados na agenda oficial.
Diogo Mainardi, colunista da Veja, já havia desconfiado de algo em sua coluna desta semana. Como o compadre de Lula participou da venda da Varig aos sócios reunidos pelo fundo americano Matlin Patterson, ele havia perguntado se, a partir da entrada em cena de Roberto Teixeira, entre 8 e 28 de abril de 2006, ele tivera algum encontro com Dilma Roussef ou reuniões com Lula. Com Teixeira na parada é que o negócio deslanchou.
Mainardi, como se dizia antigamente, acertou na mosca. Ou nas moscas, já que aparentemente a sujeira é imensa. Vejam a narrativa da Folha sobre o encontro. Dá a impressão de que Lula trabalha no escritório de Teixeira:
“Ao menos dois desses encontros estão relacionados diretamente com o negócio, aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em junho de 2006. No mês seguinte, a VarigLog adquiriu a Varig. A assessoria de Teixeira diz que as demais visitas foram apenas de cortesia ao amigo Lula.
No dia 15 de dezembro daquele ano, Teixeira foi ao encontro de Lula acompanhado dos sócios da Varig um dia depois de a companhia receber da Anac, em cerimônia em Brasília, certificado que lhe deu autorização para voar.
Segundo Marco Antonio Audi, sócio afastado da VarigLog, o encontro foi convocado às pressas por Teixeira na manhã do dia 15, quando todos já haviam retornado a São Paulo, após a cerimônia. Audi então alugou um jatinho particular, onde viajaram, além dele e de Teixeira, os sócios brasileiros Eduardo Gallo e Marcos Haftel e o representante do fundo americano, o chinês Lap Chan.
Outro encontro de Teixeira com Lula ocorreu em 28 de março de 2007. Naquele dia, o advogado foi ao Planalto acompanhado dos empresários Nenê Constantino e Constantino de Oliveira Jr., donos da Gol. O motivo da reunião, segundo os empresários, era comunicar oficialmente a Lula a compra da Varig pela Gol.
Nas duas ocasiões, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), acusada de interferir na venda da VarigLog, estava presente.”
O representante do fundo americano, o chinês Lap Chan, que viajou no jatinho ao encontro de Lula é um pensador. Já foi citado por aqui. É o autor da frase que simboliza com precisão a época em que vivemos. O PT devia até contratá-lo como marqueteiro.
Em uma conversa por e-mails, no meio dos negócios que envolvem a Varig Log, Lap Chan escreveu a seguinte pérola (ou será pepita?) para um colega de negócios: "Como você diz, bem vindo ao mundo em tempo real dos mercados emergentes, onde inteligência e rapidez se sobrepõem às leis e normas na definição dos negócios!"
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POR José Pires
A oposição ou até mesmo os colunistas da Veja têm que concordar que um homem desses é de uma apacidade imensa. Deve ser um cara atarefado também, é claro. Mas mesmo com a trabalheira, Teixeira encontrou tempo para despachar com o presidente Lula no Palácio do planalto. Desde 2006, conta a Folha de S. Paulo de hoje, ele esteve lá pelo menos seis vezes em encontros não divulgados na agenda oficial.
Diogo Mainardi, colunista da Veja, já havia desconfiado de algo em sua coluna desta semana. Como o compadre de Lula participou da venda da Varig aos sócios reunidos pelo fundo americano Matlin Patterson, ele havia perguntado se, a partir da entrada em cena de Roberto Teixeira, entre 8 e 28 de abril de 2006, ele tivera algum encontro com Dilma Roussef ou reuniões com Lula. Com Teixeira na parada é que o negócio deslanchou.
Mainardi, como se dizia antigamente, acertou na mosca. Ou nas moscas, já que aparentemente a sujeira é imensa. Vejam a narrativa da Folha sobre o encontro. Dá a impressão de que Lula trabalha no escritório de Teixeira:
“Ao menos dois desses encontros estão relacionados diretamente com o negócio, aprovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em junho de 2006. No mês seguinte, a VarigLog adquiriu a Varig. A assessoria de Teixeira diz que as demais visitas foram apenas de cortesia ao amigo Lula.
No dia 15 de dezembro daquele ano, Teixeira foi ao encontro de Lula acompanhado dos sócios da Varig um dia depois de a companhia receber da Anac, em cerimônia em Brasília, certificado que lhe deu autorização para voar.
Segundo Marco Antonio Audi, sócio afastado da VarigLog, o encontro foi convocado às pressas por Teixeira na manhã do dia 15, quando todos já haviam retornado a São Paulo, após a cerimônia. Audi então alugou um jatinho particular, onde viajaram, além dele e de Teixeira, os sócios brasileiros Eduardo Gallo e Marcos Haftel e o representante do fundo americano, o chinês Lap Chan.
Outro encontro de Teixeira com Lula ocorreu em 28 de março de 2007. Naquele dia, o advogado foi ao Planalto acompanhado dos empresários Nenê Constantino e Constantino de Oliveira Jr., donos da Gol. O motivo da reunião, segundo os empresários, era comunicar oficialmente a Lula a compra da Varig pela Gol.
Nas duas ocasiões, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), acusada de interferir na venda da VarigLog, estava presente.”
O representante do fundo americano, o chinês Lap Chan, que viajou no jatinho ao encontro de Lula é um pensador. Já foi citado por aqui. É o autor da frase que simboliza com precisão a época em que vivemos. O PT devia até contratá-lo como marqueteiro.
Em uma conversa por e-mails, no meio dos negócios que envolvem a Varig Log, Lap Chan escreveu a seguinte pérola (ou será pepita?) para um colega de negócios: "Como você diz, bem vindo ao mundo em tempo real dos mercados emergentes, onde inteligência e rapidez se sobrepõem às leis e normas na definição dos negócios!"
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POR José Pires
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