O seqüestro e tortura de jornalistas do jornal carioca O Dia é um horror, sem dúvida. Estamos cada vez mais próximos do Congo da ficção de Joseph Conrad. Aliás, os jornais daqui informam todos os dias que para nossa realidade o horror da ficção é fichinha.
O coronel Kurz, da ficção de Conrado e do filme de Coppola, criou um domínio de terror à beira do rio Congo, no antigo Congo Belga. O cineasta transportou a história para o rio Mekong, que corta o Camboja no inferno da guerra do Vietnã. Mas o rio Congo permanece como um símbolo melhor. Kurz reina do lado de lá, eles reinam do lado de cá. Não é só o Haiti que é aqui. O nosso Haiti, além de tudo, é cortado pelo rio Congo.
O Brasil parece um país sobrenatural. Parece, não: é isso mesmo que somos. Quando não há Estado e, pior, uma camarilha se aboleta no poder para sugar e aparelhar a máquina pública, como ocorre no Brasil, aí o horror domina mesmo.
Mas eu comentava a tortura à jornalista no Rio de Janeiro. Três repórteres do jornal O Dia, inclusive uma mulher, foram seqüestrados por bandoleiros que dominam um bairro carioca. Os três foram agredidos, roubados e sofreram torturas durante sete horas seguidas. Esses grupos de foras-da-lei são compostos e chefiados por policiais. Os jornalistas estavam ali fazendo uma reportagem sobre o domínio desses bandidos sobre aquela comunidade.
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POR José Pires
O coronel Kurz, da ficção de Conrado e do filme de Coppola, criou um domínio de terror à beira do rio Congo, no antigo Congo Belga. O cineasta transportou a história para o rio Mekong, que corta o Camboja no inferno da guerra do Vietnã. Mas o rio Congo permanece como um símbolo melhor. Kurz reina do lado de lá, eles reinam do lado de cá. Não é só o Haiti que é aqui. O nosso Haiti, além de tudo, é cortado pelo rio Congo.
O Brasil parece um país sobrenatural. Parece, não: é isso mesmo que somos. Quando não há Estado e, pior, uma camarilha se aboleta no poder para sugar e aparelhar a máquina pública, como ocorre no Brasil, aí o horror domina mesmo.
Mas eu comentava a tortura à jornalista no Rio de Janeiro. Três repórteres do jornal O Dia, inclusive uma mulher, foram seqüestrados por bandoleiros que dominam um bairro carioca. Os três foram agredidos, roubados e sofreram torturas durante sete horas seguidas. Esses grupos de foras-da-lei são compostos e chefiados por policiais. Os jornalistas estavam ali fazendo uma reportagem sobre o domínio desses bandidos sobre aquela comunidade.
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POR José Pires
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