quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dureza

Lá vai um trecho retirado do discurso de Dilma Rousseff na despedida dela e de mais nove ministros no Palácio do Planalto. Todos saem para disputar eleições. É parecido com tantas coisas que a ministra fala, pela ambiguidade e a dificuldade com a gramática.

"Eu acho que eu estou preparada na vida para coisas muito mais duras que disputar uma eleição. Difícil mesmo era aguentar a ditadura".

O lado ambíguo é esta preparação para "coisas mais duras". Estamos falando de política, é claro. Era este o contexto da fala da candidata do Lula.

O que serão estas "coisas mais duras" para as quais a ministra se diz preparada? A gente sempre espera que eles se mantenham respeitosos às regras democráticas, mas sabe-se lá, não? Afinal, não é improvável que venham coisas ruins de quem na passagem para a segunda década do século 21 ainda está abraçado a Fidel Castro.

Nós que também vivemos o período da ditadura militar sabemos muito bem que, ao contrário da candidata de Lula e seus companheiro de então (Marighela, Lamarca e outros que ainda estão vivos e se gabando das besteiras que fizeram no passado), aquela época exigia um esforço redobrado dos que tinham que aguentar não só a ditadura, mas também as "coisas mais duras" que a turma de Dilma Rousseff aprontava.
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POR José Pires

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