Ainda sobre as teorias conspiratórias petistas, agora o alvo é o Datafolha, que andou apresentando em suas últimas pesquisas números que não agradam a campanha da candidata de Lula. O ataque ao instituto ligado à Folha de S. Paulo está inserido no mesmo processo marqueteiro que leva esta rede difamatória a atacar a Rede Globo e poupar, por exemplo, a rede Record, ligada ao mais que notório Edir Macedo.
Tudo bem que se faça críticas à Rede Globo. Quem pode dizer que a emissora não merece? Mas a Globo nunca esteve envolvida em denúncias do tipo que atingem a Rede Record. Até sobre a compra da Rede pela igreja de Edir Macedo pesam suspeitas pesadas. E se alguém duvida dos métodos de Macedo e seus “bispos”, não faltam vídeos com gravações de aulas dessa gente para extrair dinheiro das pessoas e até com conselhos para negociar com bandidos. Num desses vídeos o próprio Edir Macedo dá uma dessas aulas de, digamos assim, arrecadação. E de uma forma até irônica com seus fiéis.
No entanto, a inauguração recente das instalações milionárias da Record teve até a presença do presidente Lula, que confraternizou publicamente com Edir Macedo. E lá tem guarida profissionais que usam a internet de forma acintosamente propagandística, com críticas pesadas á oposição e muitos elogios ao governo Lula. E as críticas, é claro, vão todas para a Rede Globo.
Trata-se de crítica seletiva, muito bem direcionada e com claras indicações do uso de um esquema organizado na internet. Os ataques são bem agressivos. Não há nenhum espaço para a independência nas análises. Até gente que fez carreira como pensador segue a cartilha rigorosamente. Um grupo, numa escala superior, repassa o assunto e a forma de tratá-lo. E todos seguem com a maior obediência.
É o que está acontecendo agora também em relação ao Datafolha. O instituto tem sido xingado de fraudulento para baixo. E em contrapartida, não só não existem críticas ao Vox Populi, ao Ibope ou ao Sensus, como estes institutos até são usados como referência nos ataques feitos ao Datafolha.
Mesmo o Sensus, que teve sua pesquisa recente colocada em dúvida por muitos analistas e até sofreu uma representação judicial do PSDB, não recebe nenhuma apreciação crítica. Na realidade pouco tocam neste assunto e quanto o fazem é para atacar o PSDB ou qualquer um que apresente discordância quanto aos métodos do Sensus.
E não é só por esta última pesquisa que o Instituto Sensus pode dar boas notas em blogs. Não é de hoje que o trabalho do instituto é bastante interessante. Em sua história recente existe um “erro” muito estranho numa pesquisa de eleição presidencial.
Quem levantou o fato foi Gravataí Merengue no blog Imprensa Marrom. Na eleição anterior, em 2006, o Sensus publicou uma pesquisa nos dias finais da campanha de primeiro turno. Nela, o tucano Geraldo Alckmin estava com 27,5% das intenções de votos. E já que Lula estava com 51,1%, o levantamento indicava que o petista decidiria a disputa já no primeiro turno. Todos sabem que este era seu plano e que ele até ficou bastante contrariado de ter que disputar mais uma vez um segundo turno, e ainda mas com um adversário tão fraco como se mostrou Alckmin.
E apesar da pesquisa do Sensus, lá foi o Lula para o segundo turno. Ao contrário de FHC, que teve suas duas vitórias no primeiro turno, Lula nunca ganhou uma eleição no primeiro turno.
Teve que disputar segundo turno até com o Chuchu. No dia 26 de setembro de 2006 a pesquisa da Sensus dava 27,5% para Alckmin. Três dias depois os brasileiros foram às urnas e deram 41,43% dos votos para o candidato tucano. Lula teve 48,79% da votação. Nos últimos 40 dias de campanha esteve sempre nas pesquisas do Instituto Sensus com mais de 51%, por coincidência a quantia necessária para a vitória que não teve no primeiro turno.
O erro do Sensus em relação aos votos de Alckmin foi de 14 pontos. Não gosto de exclamação, mas um erro desses até que merece: 14 pontos!
Talvez isso explique em parte a batelada de críticas ao Datafolha. Mas pode explicar bem mais a ausência total de críticas ao Sensus e até o apoio atual que o instituto tem recebido da blogosfera petista.
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POR José Pires
Tudo bem que se faça críticas à Rede Globo. Quem pode dizer que a emissora não merece? Mas a Globo nunca esteve envolvida em denúncias do tipo que atingem a Rede Record. Até sobre a compra da Rede pela igreja de Edir Macedo pesam suspeitas pesadas. E se alguém duvida dos métodos de Macedo e seus “bispos”, não faltam vídeos com gravações de aulas dessa gente para extrair dinheiro das pessoas e até com conselhos para negociar com bandidos. Num desses vídeos o próprio Edir Macedo dá uma dessas aulas de, digamos assim, arrecadação. E de uma forma até irônica com seus fiéis.
No entanto, a inauguração recente das instalações milionárias da Record teve até a presença do presidente Lula, que confraternizou publicamente com Edir Macedo. E lá tem guarida profissionais que usam a internet de forma acintosamente propagandística, com críticas pesadas á oposição e muitos elogios ao governo Lula. E as críticas, é claro, vão todas para a Rede Globo.
Trata-se de crítica seletiva, muito bem direcionada e com claras indicações do uso de um esquema organizado na internet. Os ataques são bem agressivos. Não há nenhum espaço para a independência nas análises. Até gente que fez carreira como pensador segue a cartilha rigorosamente. Um grupo, numa escala superior, repassa o assunto e a forma de tratá-lo. E todos seguem com a maior obediência.
É o que está acontecendo agora também em relação ao Datafolha. O instituto tem sido xingado de fraudulento para baixo. E em contrapartida, não só não existem críticas ao Vox Populi, ao Ibope ou ao Sensus, como estes institutos até são usados como referência nos ataques feitos ao Datafolha.
Mesmo o Sensus, que teve sua pesquisa recente colocada em dúvida por muitos analistas e até sofreu uma representação judicial do PSDB, não recebe nenhuma apreciação crítica. Na realidade pouco tocam neste assunto e quanto o fazem é para atacar o PSDB ou qualquer um que apresente discordância quanto aos métodos do Sensus.
E não é só por esta última pesquisa que o Instituto Sensus pode dar boas notas em blogs. Não é de hoje que o trabalho do instituto é bastante interessante. Em sua história recente existe um “erro” muito estranho numa pesquisa de eleição presidencial.
Quem levantou o fato foi Gravataí Merengue no blog Imprensa Marrom. Na eleição anterior, em 2006, o Sensus publicou uma pesquisa nos dias finais da campanha de primeiro turno. Nela, o tucano Geraldo Alckmin estava com 27,5% das intenções de votos. E já que Lula estava com 51,1%, o levantamento indicava que o petista decidiria a disputa já no primeiro turno. Todos sabem que este era seu plano e que ele até ficou bastante contrariado de ter que disputar mais uma vez um segundo turno, e ainda mas com um adversário tão fraco como se mostrou Alckmin.
E apesar da pesquisa do Sensus, lá foi o Lula para o segundo turno. Ao contrário de FHC, que teve suas duas vitórias no primeiro turno, Lula nunca ganhou uma eleição no primeiro turno.
Teve que disputar segundo turno até com o Chuchu. No dia 26 de setembro de 2006 a pesquisa da Sensus dava 27,5% para Alckmin. Três dias depois os brasileiros foram às urnas e deram 41,43% dos votos para o candidato tucano. Lula teve 48,79% da votação. Nos últimos 40 dias de campanha esteve sempre nas pesquisas do Instituto Sensus com mais de 51%, por coincidência a quantia necessária para a vitória que não teve no primeiro turno.
O erro do Sensus em relação aos votos de Alckmin foi de 14 pontos. Não gosto de exclamação, mas um erro desses até que merece: 14 pontos!
Talvez isso explique em parte a batelada de críticas ao Datafolha. Mas pode explicar bem mais a ausência total de críticas ao Sensus e até o apoio atual que o instituto tem recebido da blogosfera petista.
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POR José Pires
Um comentário:
Eles não estão errados: existe mesmo uma conspiração. Mas são eles que conspiram contra a ética e a liberdade.
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