quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As burecas existem

Ainda não dá para ter certeza se a Bulgária existe. Pode ser mais uma mentira da Dilma. Mas já estamos ficando craques nos usos e costumes búlgaros. Com todo o respeito, será que a dona Dilma já comeu bureca? Recomendo. É uma delícia.

Não confundam com brusqueta, que é italiana e é coisa bem diferente. Também é uma gostosura, mas não é como a bureca ou boureka. Quem veio lembrar dessa gostosura foi a fotógrafa Elvira Alegre, por meio de um e-mail onde ela relembra os tempos em que labutava na imprensa alternativa, como no combativo e ousado jornal Ex, que teve um papel muito importante na denúncia da morte de Vladimir Herzog, e no semanário Aqui São Paulo, fundado por Samuel Wainer nos anos 70 e citado no texto da Elvira. O Haf, de quem ela fala, é o falecido jornalista Hamilton Almeida Filho, um dos editores do Aqui São Paulo.

Falando nisso, Wainer nasceu lá por aquela região, na Bessarábia, e isso foi até motivo de uma agressiva campanha contra ele feita pelo Carlos Lacerda. Como estrangeiros não podiam ser donos de jornal, Lacerda usava esta justificativa para que o jornal Última Hora saísse das mãos de Wainer e o presidente Getúlio Vargas fosse atingido com isso.

Aos poucos vamos chegando ao destino que Campos de Carvalho buscou em vão no ótimo "O Púcaro Búlgaro", de que já falei aqui. Talvez a Bulgária exista mesmo. Ao menos as burecas búlgaras tem a existência garantida, inclusive no Brasil. Leiam no e-mail da Elvira Alegre:

"Lendo no seu blog as baboseiras que Dona Dilma fala, dá vontade de chorar... que mulher desinformada... coitada não teve o prazer que tive de comer nos idos dos anos setenta deliciosas burecas e buriquitas preparadas por uma senhora búlgara no bairro Bom Retiro, em São Paulo. Grávida da minha filha mais velha, Joana, ia levada pelo Haf e Samuel Wainer matar aquela "vontade de comer nãoseioque" típica da gravidez. Fiquei tão fã do acepipe que virei frequentadora assídua do lugar, uma portinha onde subíamos uma escadinha até a delicatessen que era na própria casa da senhora de quem não me lembro o nome, que pena. Tal fissura levava os companheiros do jornal Aqui São Paulo, com redação ali perto na rua Três Rios, a perguntarem quando me viam "e aí quando nasce a buriquita?"

Obs. são deliciosos pastéizinhos de massa leve assados, recheados com verdura ou carne e uvas passas. Burecas maiores e buriquitas menores.

Beijos e até, Elvira"

Viram? Já estamos quase lá. Se a Rosa não nos atrapalhar, como aconteceu no livro do Campos de Carvalho, ainda vamos provar a existência da Bulgária.
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POR José Pires

Um comentário:

Amanda disse...

Dilma não tem interesse nem na terra de seus pais. Então no que ela tem interesse? Ah, poder, só poder...