terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mais da mesma

Tenho me divertido bastante com os prognósticos sobre as mudanças que podem vir por aí no governo de Dilma Rousseff. Tem jornalista que está vendo até mudanças na notória casca-grossa da petista. Dizem que está um veludo.

É engraçado, porque esta boa vontade nunca é usada com a oposição. O candidato derrotado da oposição, por exemplo. No Serra ninguém vê mudanças e olha que ele se esforçou. Até virou Zé.

Alguns colunistas da nossa imprensa, vários deles, têm problemas sérios de amnésia recente. Antiga também, é verdade. Esquecem fácil o que ocorreu há poucos meses e até de coisas de poucos dias atrás.

A Dilma que vai assumir é a mesma Dilma imposta por Lula com o uso da máquina pública de forma até ilegal. O trator só não foi barrado porque nossa Justiça, bem, nossa Justiça não barra nem bicicleta na contramão.

Não é um governo novo, gente. É a continuidade do que já temos, com o agravante de que eles podem estar animados o suficiente para colocar em prática muito do que foram forçados a manter fechado nas gavetas.

Outro agravante é que a nova presidente é grossa mesmo, o que dava para ver mesmo com a capa grossa de "ternura" aplica pelo marketing político nesta eleição. Não sou eu que estou falando, são muitos os relatos de grosserias na relação entre ela e subordinados e até com colegas do mesmo nível de poder.

Alguém duvida que, em boa parte, a crise com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi motivada pela personalidade da futura presidente? Isso que está acontecendo em público entre ela e Meirelles tem origem em bastidores, é claro. Dá vontade de rir quando vejo algum jornalista perguntando ao presidente do Banco Central quando ele vai se reunir com Dilma. Eles já conversaram colegas, pois senão o Meirelles não estaria assim. Mas se preparem, pois isso é só um ensaio do que vem por aí.

Dilma continua a mesma e nada indica que o fato de ela ter alcançado o poder vá trazer mudanças significativas no tocante ao respeito humano e o equilíbrio na relação com o outro. O poder não faz isso, muito pelo contrário.

Neste caso, até espero que não ocorra uma transformação desse porte e não tenhamos na presidência da República uma Dilma com muita ternura para dar. Se isso acontecesse, a revolução seria de tal ordem que obrigaria a uma mudança total em nossa visão da História. Mas, felizmente, por mais que certos colunistas tentem distorcer o que está à nossa frente, Dilma não vai fazer isso com a gente.
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POR José Pires

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